Pelo que estamos lutando?
Ao contrário do Eu inferior com i minúsculo, que se encolhe atrás de um sentimento de “não posso”, o Eu Inferior com I maiúsculo se afirma e diz: “Não vou”. Seu movimento característico é de ser destrutivo, e não importa se nosso comportamento vai contra nossos próprios interesses. Parece mais vivo quando preso a uma corrente de energia que apóia sua intenção negativa. Talvez a dura realidade sobre esta parte de nós mesmos é a sua propensão para a crueldade, tanto para conosco quanto em relação aos outros. E o mais cruel ainda é que nós gostamos disso.
Sim, acredite ou não, nós desfrutamos de nossa negatividade. Para aqueles que ainda não trabalharam seu caminho até o fundo da piscina, isto pode parecer difícil de acreditar. Mas, na verdade, o fato de sentirmos tanto prazer com a nossa crueldade é a razão pela qual não desistimos dela. Com a fiação invertida, nossa força vital está conectada com um jeito perverso e destruidor de ser. E até que estejamos prontos para enfrentar o fato de que esta é a verdade temporária, mas atual, de quem somos—na camada inferior de nosso ser—não estaremos dispostos ou prontos a desistir disso.
Nosso trabalho, então, requer que aprendamos a reorientar nossa vontade para que comecemos a identificar e desafiar nosso próprio Eu Inferior como ele opera hoje. Devemos aprender a reconhecer as maneiras pelas quais acessamos nossa força vital, obtendo prazer por sermos destrutivos ou cruéis. Devemos aprender a orar por ajuda de nosso próprio Eu Superior para que tenhamos a coragem necessária para lutar o bom combate e enfrentar este adversário formidável.
Pois o Eu Inferior com I maiúsculo não é relaxado. Tão bons, criativos, inteligentes e capazes como somos nas melhores partes de nós mesmos—em nosso Eu Superior—é assim que somos astuciosos, coniventes e escorregadios—em nosso Eu Inferior. Precisamos nos aproximar do roteiro do "Eu Inferior" que corre no fundo de nossos seres para que possamos adotar a melhor abordagem para nos purificarmos.
Quando começarmos a fazer este trabalho, começaremos a entender que há uma lacuna considerável entre o que pensamos com nossa mente consciente e o que realmente está acontecendo sob a superfície de nossa consciência. Lembre-se de que o inconsciente é o repositório de todas as conclusões errôneas que tiramos sobre a vida e que não resistem ao escrutínio adulto. Então, eles sumiram de vista, onde apodreceram e atrapalharam os trabalhos.
Em nossas mentes conscientes, podemos estar perfeitamente conscientes de que o que queremos na vida é alguma espécie de felicidade e paz. E o que quer que acreditemos que nos proporcionará isso, poderia ser nosso. Se não fosse por um pequeno problema: temos um ponto de vista oposto operando nos bastidores. Se não fosse isso, já teríamos manifestado o desejo do nosso coração.
Muitas vezes, queremos tanto algo que pensamos que isso é prova de nosso verdadeiro desejo. Na verdade, o que isto normalmente aponta é a presença de uma resistência subterrânea que vai exatamente na direção oposta do nosso desejo. Por exemplo, se sentirmos que queremos encontrar um parceiro amoroso na vida, e especialmente se detectarmos um sentimento de urgência nesse querer, é provável que haja uma parte interna oculta de nós fugindo na outra direção. Essa parte está mantendo algum tipo de crença do tipo "Eu não me importo o suficiente para que as pessoas que eu amo permaneçam".
Se não revelarmos estes aspectos escondidos com sua energia frenética e seu comportamento ansioso, continuaremos a manifestar parceiros na vida que, como você ja sabe, não permanecem. Além disso, vamos demonstrar de modo a garantir que assim seja. Durante todo o tempo, ficamos nos perguntando o por quê. Simplesmente, porque não entendemos o que faz com que nos comportemos da maneira como o fazemos, agindo de uma forma que afaste as pessoas.
Se seguirmos o fio da nossa lógica infantil, podemos ser capazes de ver que nesta parte escondida de nós mesmos, acreditamos que estamos evitando a dor ao não deixar alguém chegar perto - especialmente porque acreditamos secretamente que eles irão eventualmente partir e nos machucar de qualquer maneira. Mas qual é, de fato, um motivo provável para alguém partir? Eles sentem que nunca podem chegar perto de nós. Agora começamos a ter uma noção do problema real.
A partir daqui, será necessário algum trabalho para começarmos a nos soltar, correndo o risco de baixar a guarda e deixar alguém entrar. Mas precisaremos de alguém que nos ajude a orientar nosso caminho para que não façamos isso da perspectiva distorcida de uma criança interior imatura que acredita que é a morte quando se sente magoada. Sejamos realistas, não vamos passar de oito para oitenta da noite para o dia, atraindo instantaneamente alguém que ainda não tenha seus próprios problemas para resolver e com quem certamente iremos, pelo menos de vez em quando, enfiar os pés pelas mãos.
Temos que aprender que isto é vida e não é perfeito. Às vezes vamos nos machucar. Atrairemos pessoas exatamente porque elas são um grande espelho para nós. Quando nos mostrarem onde está nosso trabalho, isso será uma oportunidade para enfrentarmos algum aspecto de nós mesmos que ainda não queríamos ver. Isso é o que relacionamentos oferecem e nem sempre é divertido. É também por isso que o Guia se refere aos relacionamentos como um "caminho dentro de um caminho". Eles vão trazer à tona nossas questões, e Deus os abençoe por isso.
A experiência de Jill
Eu cheguei à conclusão de que os tênis de corrida são o ódio. Sinto como se fosse uma energia do Eu Inferior com I maiúsculo querendo fazer alguém pagar pelo que me fez. Quando eu era pequena, o ódio parecia ser a única ferramenta que eu tinha à minha disposição. Se você não se importa comigo, eu te odeio. Isso não era algo de que eu estava consciente até que um dia vi o ódio vazando para fora de mim. E percebi que estava relacionado ao sentimento de que alguém não se importava comigo.
A questão de não se importar teve a ver com meu trabalho em relação a estes mesmos ensinamentos do Guia. Tem sido uma longa jornada de trabalho, reescrevendo 100 palestras e compilando-as em livros que tornem este material mais acessível. Mas meus esforços para que meu trabalho fosse reconhecido pela organização existente foram ignorados. E isto tocou as cordas de minhas imagens loucamente.
Isto deu origem a um sentimento de ódio para com as pessoas e o corpo dirigente que detém os ensinamentos espirituais que eu amo profundamente. Isso não soa muito espiritual, não é mesmo? Porém, em algum momento de nosso trabalho, vai ocorrer um processo de morte. Neste caso, eu tive que morrer para o fato de que, por alguma razão, eu não seria vista, muito menos acolhida, pela Fundação Pathwork.
Superar o ódio se parece muito com o processo de perdão: não o fazemos pelo outro. Não, quando aderimos às energias obscuras do Eu Inferior, estamos nos unindo ao mal. Estamos escolhendo a separação ao invés da conexão, e no final, somos nós que sentimos o aperto.
Eu não odeio a organização Pathwork -Ei, eu amo esses ensinamentos!- mas isso não significa que o comportamento deles em relação a mim não me afete. Essa é a coisa complicada em fazer este trabalho. Precisamos ser honestos ao separar nossas reações emocionais da realidade de que afetamos uns aos outros, mesmo quando não é essa a intenção.
A experiência de Scott
Quando comecei realmente a fazer meu trabalho, ele começou com uma revisão diária. Era realmente muito simples: tirava 10 minutos antes de dormir e revia o dia. Observava as situações que trouxeram desarmonia e anotva-as. Fiz isso por três meses e logo chegou a hora de vasculhar todos eles para criar uma imagem composta de meus desafios, para colocar tudo em uma página onde eu pudesse vê-lo.
Achei desafiador fazer isso. Pois eu simplesmente hesitei em ler três meses de minha revisão diária para obter uma imagem melhor das coisas. Algo em mim recusou totalmente. Rezei por ajuda, porque a teimosia interior não estava diminuindo por conta própria.
Mais ou menos nessa época, tive que viajar para Wilmington, NC em um prazo muito curto para dar suporte a um problema urgente de fabricação de uma peça de motor a jato. Eu viajei em uma quinta-feira de início de primavera e entrei na fábrica na sexta-feira de manhã às 6h, apenas para encontrá-la completamente vazia de pessoas. Eles fecharam a fábrica para manutenção anual durante a primeira rodada do torneio de basquete da NCAA, e ninguém me deu a mínima. Tive que voltar na segunda de manhã.
Como ainda era baixa temporada, aluguei um quarto em um hotel resort em Wrightsville Beach para o fim de semana. Foi-me concedido um glorioso fim de semana de três dias com sol, areia e ondas quentes, e tudo o que tive de fazer foi esta revisão diária composta. Achei que seria fácil fazer aqui na praia.
Na verdade, foi clientes difícil.
Eu me acomodei sob um guarda-sol. Isso não funcionou. Depois fui para a piscina. Isso não estava certo. Em seguida, caminhei até a praia para me concentrar e tentei novamente. Dia um: Nada realizado. Mais do mesmo no sábado, e foi exaustivo.
Finalmente, no domingo, fiz um esforço supremo e metodicamente, de alguma forma, superei. A lista era notável em muitos aspectos, e uma das coisas nela era a tendência, às vezes, em certas situações, de me recusar obstinadamente a fazer algo. Ocasionalmente, tive que usar um força de vontade enorme. Isso era intrigante, mas inegável. Certamente isso estava se repetindo em meu esforço para rever minha revisão diária.
Trabalhei com um Helper para explorar esses lugares internos a sério. Alguns anos depois, eu estava em um grupo e queria trabalhar com esse lugar em mim. O Helper me ensinou, primeiro, a sentir a experiência na praia, tentando escrever. Ao fazer isso, ele me perguntou onde eu sentia essas experiências em meu corpo. Elas estavam na minha barriga. Ele me pediu para que eu focasse a minha atenção lá e que eu respirasse naquele espaço em minha barriga. De repente, caí em uma consciência alterada que tinha uma atitude beligerante: “Eu não vou fazer isso. EU. NÃO. VOU."
O Helper falou com essa minha parte, mas eu não estava aceitando nada. Ele tentou perguntar como era, o que queria e assim por diante. Continuei expressando essa parte fragmentada de mim, dizendo: “EU. NÃO. VOU."
Isso continuou por algum tempo, até que o Helper perguntou de repente: "Em que ano estamos?"
Eu respondi: “1980”.
Ele disse: “Huh. Você percebe que é 2003? ”
Não, eu não percebi. Recusei-me a ceder “EU. NÃO. VOU."
Finalmente, ele disse: “Ok, você não precisa. Você pode ficar aí. É hora de eu ir. ”
Essa minha parte estava presa numa armadilha. Recusava-se totalmente a se mover, mas não queria ser deixado para trás. Finalmente, disse: "Espere, não vá." E pediu ajuda para voltar à luz.
Depois disso, fiquei um pouco chocado com a intencionalidade negativa desta parte em mim. No entanto, era inegável. Não importava o que fosse perguntado, a resposta era um "NÃO!" consciente, mesmo que isso trouxesse conseqüências indesejadas. Isso é o que o Eu Inferior com I maiúsculo faz. Ele diz "Não" à vida. E diz: "Eu não vou".
A boa notícia é que isto pode perfeitamente ser trazido à consciência e transformado. Quando isso acontece, toda a energia ali aplicada se torna disponível novamente para dizer "Sim" à vida.
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