Toda pessoa na Terra tem um medo descabido da felicidade em diferentes graus. Mesmo que não faça sentido, isso existe, e esse medo aparece lado a lado com o nosso desejo de bem-aventurança. No entanto, a felicidade é nosso direito inato. Temos todo o direito de viver num estado de felicidade suprema e alegria sublime, que são qualidades que lutamos para descrever adequadamente em qualquer idioma.

Por mais infelizes que estejamos, lá bem fundo, nos lembramos que este medo não é natural. Se não fosse assim, seria muito mais fácil aceitar nossas frustrações na vida. Pois o que significa ser infeliz se não ficar frustrado por não termos o que queremos? Incorporada em nossa infelicidade, então, está a promessa de que o oposto pode ser verdade: podemos ser felizes. Como ambos estão presentes, nos sentimos ambivalentes sobre como deveríamos estar experimentando a vida. A partir daí, segue-se outra ambivalência: Nos é permitido desejar o prazer ou devemos temê-lo?

O que significa estar infeliz se não frustrado por não termos o que queremos?
O que significa estar infeliz se não frustrado por não termos o que queremos?

Para alguns de nós, existe mais desejo do que medo. Se este for o caso, nos sentimos relativamente realizados e nossas vidas são ricas e alegres. Temos uma profunda capacidade de experimentar o prazer e temos uma atitude de confiança em relação à vida. Como nosso conceito de vida é positivo, a vida se expande. Para nós, não é tão difícil superar nossas defesas e medos remanescentes que se transformam em êxtase.  

A maioria das pessoas, entretanto, teme mais a felicidade do que a deseja. Se este for o caso, seremos basicamente infelizes, sentindo que a vida está passando ao lado. A vida parecerá sem sentido e como se, de alguma forma, nós a tivéssemos perdido. Nossa capacidade de experimentar o prazer será muito limitada. Ficaremos entorpecidos e atolados em apatia. Nesse estado de inércia, não confiaremos, seremos privados da vida e resistiremos a procurar, dentro de nós mesmos, a causa de nosso sofrimento.

Quando temos uma grande proporção de medo em relação ao desejo, nosso conceito negativo da vida parece justificar nossas defesas, e tememos expandir para um estado de consciência diferente. Nossos medos fazem com que nos apeguemos desesperadamente ao próprio estado que é responsável por nossa situação na vida. Essa é a lamentável situação em que muitos de nós nos encontramos.

Existe ainda um outro grupo de pessoas que tem um equilíbrio harmonioso entre o medo e o desejo de felicidade. Quando este for o caso, temos áreas de nossas vidas que são abundantes, bem-sucedidas e gratificantes. Mas, também, temos áreas onde experimentamos o oposto. Quanto mais examinarmos nossa psique, mais facilmente perceberemos onde somos felizes, destemidos, livres e nos sentimos realizados. E também, onde temos medo do melhor que a vida pode oferecer e não nos sentimos realizados. Esta é uma equação matemática que sempre se revela ao final.

Cegado pelo medo: Insights do Guia Pathwork® sobre como enfrentar nossos medos

Conhecimento

Claro que, geralmente, não temos consciência de que tememos o que mais desejamos. Além disso, quanto mais distante estiver aquilo que queremos, mais fácil será ignorar o nosso medo. Mas, à medida que o que desejamos se aproxima e questionamos sinceramente nossas reações, descobriremos que estivemos fechando a porta pelo lado de dentro. Nosso encolhimento pode ser tão sutil que é fácil passar despercebido. Mas é exatamente isso o que precisamos trazer à tona.

Esta parte pode não ser fácil de encontrar. Para alguns, especialmente aqueles que ainda não estão familiarizados com a natureza do inconsciente humano, esse conceito—de que tememos o que mais desejamos—pode ser difícil de engolir. E, no entanto, é verdade: aquilo pelo que mais ansiamos é o que mais tememos. Mas se conseguirmos perceber aqueles lugares onde correr o menor risco parece muito, então temos uma pista. Pois tendemos a nos esquivar daquilo que queremos. Preferimos continuar a salvo e permanecemos agarrados a uma vida cinzenta.

Uma vez que encontramos esta tendência em nós mesmos, estamos começando a fazer progressos em direção à liberdade. Agora, estamos percebendo que são nossos próprios pensamentos, emoções e atitudes ocultas que criam nosso destino. Isso e nada mais. Esta descoberta tem o potencial de abalar nosso mundo. Antes disso, nossa tensão e sofrimento eram muito maiores, porque não entendíamos o que estava causando tudo isso.

Quando nos sentimos vítimas de um mundo perigoso e pensamos que devemos nos defender, nos afastamos cada vez mais do centro da verdade. Quanto mais alienados nos tornamos, mais culpamos o mundo por causar nossa alienação—o que nos traz cada vez menos alívio. Não importa quão errado o outro possa estar, responsabilizá-los por isso nunca eliminará o nosso sofrimento. Não importa o quanto dobremos o outro para satisfazer nossos desejos, isto nunca irá alterar o nosso sentimento de vazio.

E continuaremos sofrendo enquanto permanecermos inconscientes de que os bloqueios que nos impedem de fazer o que mais queremos estão em nós. Sentiremos que a vida é fútil. Sentiremos desamparo e nada do que fizermos diminuirá nossa dor de insatisfação. Vamos oscilar entre a amargura e o vitimismo, entre a autoculpa distorcida e a projeção de todos os nossos infortúnios na vida e nos outros. E não sentiremos que merecemos o melhor que a vida tem a oferecer.

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Aqueles que estão corajosamente trilhando um caminho espiritual de autodescoberta estão dispostos a buscar onde dizemos Não.
Aqueles que estão corajosamente trilhando um caminho espiritual de autodescoberta estão dispostos a buscar onde dizemos Não.

Nosso não interior

Então, qual é o primeiro passo pra sair desse labirinto? Precisamos saber e vivenciar de que maneira rejeitamos o prazer. No início, somos capazes de lutar contra essa verdade com unhas e dentes. Muitos de nós irão preferir permanecer dependentes das circunstâncias externas—embora aceitar a grande verdade de que temos a chave da liberdade em nossas mãos seja a descoberta mais alegre que faremos neste caminho.

Assim que enxergarmos o impacto total dessa verdade, veremos que, de fato, só há uma saída. Mas nunca perceberemos a beleza desta realidade se ainda estivermos lutando contra ela. A verdadeira independência, então, continuará a nos escapar.

Freqüentemente, o que acontece é que, quando sentimos que poderíamos estar vivendo mais coisas na vida do que o que experenciamos agora, nos tornamos cínicos e nos resignamos com o que temos. Mas aqueles que estão corajosamente trilhando um caminho espiritual de autodescoberta decidiram tomar uma rumo diferente: estão dispostos a enxergam onde dizem “Não” para a vida. Compreendemos que quanto mais tensos e compulsivos nos sentimos, e quanto mais urgente e impaciente é nosso esforço para o desenvolvimento, mais certo podemos estar de que, inconscientemente, existe um “Não” tão rígido quanto na superfície existe um “Sim” urgente.  

O desejo superficial não ajuda em nada. Na verdade, é um obstáculo tão grande quanto nosso “Não” subterrâneo, porque nosso “Sim” superficial é feito de medo e distorção. Nosso “Sim” afobado nasce do saber inconsciente de que, no fundo, estamos bloqueando um “Sim” verdadeiro. Agora, isto não significa que se não houver um “Sim” insistente, não existe um “Não” escondido embaixo. Algumas pessoas simplesmente se comportam de maneira muito diferente uma das outras. Ou seja, isso pode significar apenas que desistimos. Qualquer que seja a situação, não seremos capazes de acalmar um desejo doloroso e ansioso até encontrarmos de maneira pessoal e específica a forma como dizemos “Não” ao que mais buscamos.

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Permanecendo na verdade

Através dos ensinamentos do Guia Pathwork, estamos aprendendo sobre a condição humana. Por exemplo, quando ignoramos de que maneira negamos nossa própria satisfação, estamos criando dificuldades para nós mesmos. Quando projetamos o que nos falta como algo fora de nós mesmos—colocando a culpa nas circunstâncias ou em outras pessoas—criamos mais atritos e pressões. Criamos confusões, mais complicações e nos tornamos ainda mais dependentes.

Se continuarmos a desviar o olhar de nossos bloqueios internos, preferindo acreditar que os outros ou o destino são a causa de todos os nossos problemas, continuaremos vivendo sob tensão e medo. Portanto, a consciência—de nossas próprias obstruções—determina tudo. Com esse entendimento, podemos compreender o verdadeiro significado da autorresponsabilidade.

Agora vamos conectar essas idéias a uma compreensão mais profunda deste mistério fundamental: por que dizemos “não” ao nosso desejo mais profundo pela felicidade mais intensa a qual se possa imaginar? O que faz a felicidade parecer perigosa e, portanto, indesejável? Vamos focar nossa luz nesta direção.

Na mesma medida em que nos rejeitamos também não seremos capazes de suportar a felicidade ou sustentar o prazer. E por que nos rejeitamos? Na verdade, toda autorrejeição tem conexão com uma destas duas opções.

Primeiro, há um tipo de autorrejeição que tem como base um dispositivo preciso dentro de nós que pode medir onde e de que maneira exata violamos as leis espirituais. Este mecanismo detecta onde tentamos enganar a vida na tentativa de receber mais do que queremos dar. Ele sabe tudo sobre nossos pequenos jogos ocultos de trapaças, e vê como dramatizamos e fingimos ser melhores do que somos, não ousando ser quem e como realmente somos neste momento.

Quando fazemos isso, realmente não amamos. Apenas fingimos amar na esperança de receber algo em troca. Mas a chave do universo é o amor verdadeiro e não o amor falso, cheio de apego e negociatas. O amor genuíno vive e deixa que os outros vivam em liberdade; aceita um “não” como resposta. O falso amor funciona mais como um laçada que quer dominar e segurar firme. Pode parecer que podemos enganar os outros com nosso falso amor, mas nosso verdadeiro eu interior não pode ser enganado.

Onde nos falta a generosidade? Temos um critério diferente de como os outros devem se comportar em relação a nós mesmos? Todas essas violações acontecem o tempo todo e nosso Eu Real está registrando tudo. Enquanto isso, nossa mente consciente está ocupada em apagar a verdade e, desta forma, cometemos a mais grave violação de todas elas. Uma coisa é violar as leis naturais. Mas a outra coisa, muito pior, é mentir para encobrir que violamos essas leis.

Em nossa arrogância, negamos e tentamos adulterar o passado, criando uma dupla violação. E isto leva a um estado mental e emocional mais doloroso. Ficamos presos a este duplo vínculo do qual parece não haver saída. Até que, finalmente, começamos a ver com clareza o que temos feito. Devemos desmascarar nossas violações, assumir nossas mentiras mais profundas e soltar tudo isso.

Como é essa limpeza que todos nós precisamos fazer? Suponhamos que sejamos egoístas. Se fingimos que nosso egoísmo é realmente apenas o fato de sermos autoassertivos, estamos racionalizando e isso cria uma camada de falsidade. Ou, talvez, sejamos cruéis ou odiemos. Se só sentirmos crueldade e ódio em segredo, e só agirmos indiretamente para que pareça o contrário, podemos acrescentar hipocrisia à nossa lista de crimes contra a humanidade.

Nossa hipocrisia pode estar escancarada para que todos a vejam ou bem escondida. Tanto faz porque ela é igualmente venenosa. Mas se, por outro lado, tivermos a coragem de admitir o que quer qe seja que estivermos fazendo, e pudermos olhar para nós mesmos e assumir de forma direta e honesta, já teremos dado grandes passos para superar nossa transgressão.  

Ao aceitar a verdade sobre nós mesmos, caminhamos para um estado geral de autenticidade. Neste momento, nos encontramos em uma posição a partir da qual talvez consigamos nos livrar de nossos comportamentos nocivos. Com certeza, ainda teremos dificuldades com relação a isso. Mas, agora, é possível compreender a realidade. Ao meditar para conseguir ajuda e orientação, nossos sentimentos poderão mudar espontaneamente.

Afinal, agora que estamos operando em alinhamento com as leis espirituais, podemos experimentar uma transformação no nosso coração. Além disso, ao aceitar nosso estado atual, estamos estabelecendo condições internas compatíveis com a felicidade. Talvez tenhamos que admitir: “Não posso deixar de me sentir assim, apesar de não gostar e saber que é destrutivo”. Pelo menos agora estamos sendo verdadeiros, e estamos abrindo espaço para a mudança.

Qualquer coisa em nós que vá contra o grão da verdade e do amor torna nosso ser incapaz de sustentar a felicidade, pois a felicidade é uma poderosa energia positiva. É preciso mais força para ser feliz do que para ser infeliz, e conquistamos essa força encarando a verdade e abandonando nossas ilusões sobre a vida.

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O perfeccionismo, em resumo, equivale a ser falsos conosco mesmos por avidez de aprovação e admiração.
O perfeccionismo, em resumo, equivale a ser falsos conosco mesmos por avidez de aprovação e admiração.

Perfeccionismo

A segunda razão pela qual nos rejeitamos é por causa de nossas violações imaginárias, quando não vivemos de acordo com nossos padrões irrealistas de perfeição. O perfeccionismo, como todos sabemos, tem ideais extremamente exigentes e rígidos. Nossos esforços para aderir a esses ideais surgem de mais uma violação da lei espiritual, e não porque estamos tendo uma overdose de descência.

O perfeccionismo brota do nosso orgulho e vaidade, da nossa necessidade de estar no controle, do nosso fingimento e do nosso medo de nos defendermos. Em suma, equivale a ser falsos conosco por causa da avidez por aprovação e admiração. Portanto, sempre que não podemos aceitar nossa própria humanidade, incluindo nossas limitações momentâneas, estamos violando a lei universal. Então, o estado da nossa psique se torna incompatível com a bem-aventurança que todos ansiamos.

Parece simples? Na verdade, não é. Pois, quando embarcamos num caminho de investigação interior, a autorrejeição pode ser difícil de ser encontrada, e os motivos que a originam podem ser ainda mais ocultas. Normalmente, só estamos cientes daquilo que estamos fingindo para nós mesmos. Por exemplo, se trancamos certas emoções porque não podemos suportar senti-las, acreditamos genuinamente que elas se foram. Então, nos enganamos, achando que já sabemos tudo sobre nós mesmos.

Portanto, não é tão fácil descobrir como funcionamos realmente. Precisaremos definir uma nova direção para desenvolver uma nova consciência sobre as reações emocionais que costumamos ter. Mas nossa consciência de como violamos a lei espiritual revelará, em igual medida, uma consciência de como estamos rejeitando a felicidade.

Não importa se estamos apenas começando um caminho espiritual, se ainda não começamos, ou já fizemos um grande progresso, o conselho é o mesmo: encontre o lugar na vida onde algo parece estar faltando, onde você quer experimentar mais sentimentos ou experiências mais intensas, e vá nessa direção. Encontre o que você não aceita em si mesmo. Feche seus olhos e veja o que você não gosta. Procure a reação obscura, mas tangível, que afasta o prazer. Torne-se disposto a ver o que você nunca viu antes.

Com esta abordagem, vamos perceber, um passo de cada vez, onde nos pressionamos. Com o tempo, à medida que deixarmos de fazer isso, poderemos desfrutar da felicidade. É preciso uma sensibilidade fina para captar os movimentos sutis da alma que se retraem quando algo bom surge. Quando descobrirmos isso, a raiva que sentimos, ao culparmos os outros, a vida ou as circunstâncias, diminuirá.

Com isso, as nuvens tóxicas que pairam em nossa psique se levantarão, tornando nossa morada interior compatível com a felicidade que temos todo o direito de desfrutar. Aceitar a nossa verdade momentânea, então, torna-se sinônimo de aceitar a felicidade. Não podemos ter uma sem a outra.

Há uma terceira perna neste banco interno e ela está reconhecendo a substância criativa que está moldando nossas vidas. Pois nada do que acontece é casual. Não há poder externo para decidir quanta satisfação teremos. Não há força nos enviando dor ou sofrimento. Não precisamos suportar nenhuma frustração.

Na verdade, a insatisfação não é tanto autopunição e, sim, a poluição interior que esmaga a felicidade e a alegria. Ignoramos a verdade sobre o que somos e fazemos e não percebemos que é isso que cria os males. A única maneira de eliminar tais obstruções é a autorresponsabilidade. Precisamos nos encarar de frente.

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Pedindo ajuda

A verdade cria segurança interior, confiança e destemor; a ignorância cria o medo. E o medo leva a nos fecharmos. Então, nossa mente não usará a poderosa substância criativa—o material que usamos para moldar nossas vidas—para criar expansão. Em vez disso, fortaleceremos nossos muros com mais defesas.

Assim como a estagnação e a frustração andam juntas, a expansão e a bem-aventurança também são pares. Isso significa que não expandiremos—não poderemos trazer todo o nosso potencial para o mundo—a menos que estejamos num estado de alegria. Simplificando, a bem-aventurança é necessária para a expansão.

O processo de expansão é autoativador e funde os princípios masculino e feminino—também conhecidos como atividade e passividade—em perfeita harmonia. Mas quando tememos a expansão—em outras palavras, tememos o êxtase—também teremos receio de crescer e mudar. Portanto, na realidade, o que tememos são os nossos próprios poderes internos de criação.

Assim como a felicidade, as virtudes do prazer, da prosperidade e da plenitude exigem muita firmeza interior e força. Lembre-se, ser infeliz requer menos força do que ser feliz. Como gerar essa força? Invocando intencionalmente os poderes divinos dentro de nós mesmos. Em resposta, eles nos ajudarão a sustentar a felicidade, guiando-nos para não nos fecharmos inconscientemente diante da felicidade.

Tais orações por apoio não devem ser feitas somente em situações de crise. Pois quando estamos felizes, estamos em um bom lugar para nos tornarmos ainda mais compatíveis com os poderes criativos que nos tornarão mais preparados e capacitados para sustentar a bem-aventurança. Então, quando estamos infelizes, é importante que vejamos isso como uma lição significativa que pode nos ajudar a crescer ainda mais. Para fazer isso, será necessário o contato com a sabedoria inata que reside nestas forças superiores. Portanto, qualquer dia da semana é um bom dia para se pedir ajuda e orientação.  

Talvez já estejamos acessando toda a ajuda, força e inspiração que podemos receber por meio da meditação. Talvez já saibamos quão eficaz é o contato divino, quão infalível é sua resposta e quão inimaginável é sua sabedoria. Ainda assim, em tempos de turbulência, quando estamos envolvidos em conflitos profundos, simplesmente “esquecemos”. Mas chegará um ponto em que não será tão difícil lembrar de fazer contato e nos tornaremos mais hábeis em usá-lo em tempos difíceis. Esta é, de fato, a chave para mobilizar esses poderes o tempo todo.

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O que significa estar infeliz se não frustrado por não termos o que queremos?
O que significa estar infeliz se não frustrado por não termos o que queremos?

Os centros de energia

Muitas pessoas estão conscientes de que todos os seres humanos têm determinados centros de energia, conhecidos como chakras. Cada um desses centros de energia está relacionado a uma atitude mental. Portanto, quando passamos de ignorantes, temerosos, autoalienados, hostis e desconfiados para abertos, verdadeiros, confiantes e amorosos, nossos centros de energia se abrem.

Visto que existe uma conexão íntima entre nosso espírito, mente e corpo, tal abertura—ou despertar—resultará em uma experiência distinta no corpo. É por isso que nossa abordagem neste caminho de autorrealização deve incluir toda a personalidade.

À medida que aprendemos a verificar quando um centro está aberto, seremos capazes de usar sua energia para encontrar a atitude mental associada a ele. Da mesma forma, veremos que há uma conexão entre nosso medo do prazer e nossos centros de energia. Pois quando estamos com medo, esses centros estão fechados e contraídos. Assim sendo, a força vital não pode entrar.

Mas quando nos abrimos para a alegria, o prazer e a felicidade em todos os níveis do nosso ser, nossa atitude relaxada de “deixe estar” acabará por abrir esses centros. Nosso trabalho para desenvolver a autoconsciência, encarando a verdade e criando uma conexão interna com as forças universais da vida, animará todo o nosso ser, ativando estes centros.

A maioria das pessoas vive num estado de perpétuo cansaço, com centros de energia obstruídos. No entanto, todos nós encarnamos precisamente para descobrir a verdade das leis espirituais e para ver como estamos desalinhados com elas. Quando deixarmos de nos enganar, relaxaremos profundamente e, neste estado indefeso, toda nossa personalidade ganhará vitalidade e será docemente sintonizada com a vida.

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O eu universal

Podemos comparar uma personalidade funcional a um grande centro, como um planeta, por exemplo. Então, imagine que há também um outro núcleo que é atemporal e sem espaço. Este é o núcleo de absolutamente tudo o que já viveu, está vivendo e viverá. Este centro universal é tão grande que é o mesmo para todos e para tudo.

Os planetas de personalidades em plenitude encontram-se na órbita desse centro espiritual universal. Eles estão abertos a isso e, portanto, totalmente expostos a isso. Eles nunca estão fora de vista e sempre são influenciados por ele. Seus movimentos estão totalmente em sincronia com ele.

Mas os planetas de personalidades que não estão em plenitude, ou seja, a maioria, encontram-se mais ou menos fora de sintonia com o centro. De alguma forma, conseguimos sair do campo de visão do centro universal, de modo que não estamos expostos a ele. Embora o centro universal nunca abandone, às vezes, nos fechamos a ele, saindo de seu campo de visão, por assim dizer.

Às vezes entramos totalmente no campo universal; outras vezes saímos. Estar dentro ou fora de sintonia com a fonte universal determina nosso nível de vivacidade e alinhamento com a verdade. Quando atitudes positivas conduzem o dia—incluindo autoconsciência e autoaceitação—estamos nos sintonizando com o amor e a confiança. Em resumo, estamos nos tornando mais como o centro da vida universal. Estamos convergindo. Nosso centro de personalidade se tornará carregado e animado pelo centro universal, até que sejamos absorvidos por ele.

Quando isso acontecer, nossa personalidade não será aniquilada. O eu não será destruído. Pois tudo na vida realmente já existe no centro espiritual, que anima tudo. A morte significa simplesmente que nos separamos do centro, de modo que sua luz não pode brilhar em nossa personalidade e infundi-la com energia.

Nunca perca de vista o fato de que a vida é intrinsecamente segura. Este é um fato imutável que nenhum grau de separação do centro espiritual pode negar. Em última análise, à medida que prosseguirmos, veremos a verdade desta realidade maior e nos reuniremos com tudo o que é.

“Seja Deus!”

O Guia do Pathwork
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Leia a Palestra Original do Pathwork nº 170: O Medo E o Anseio de Ser Feliz - Os Centros de Energia