Vamos olhar agora para a consciência a partir de um ângulo diferente. Nós, humanos, temos dificuldade em entender que a consciência é algo que permeia toda a criação. Nossas mentes humanas estão projetadas para pensar que a consciência é exclusivamente relacionada à forma humana, associada ao cérebro e a um subproduto da nossa personalidade. Mas isso não é assim.

A consciência não precisa estar ligada a uma forma fixa, portanto, está em todos os lugares. Também está em todas as coisas, incluindo, é claro, todas as partículas de matéria. Na matéria inanimada, a consciência está solidificada, do mesmo modo que a energia está petrificada em um objeto inanimado. Essas duas coisas—consciência e energia—não são a mesma coisa, mas são aspectos relacionados de manifestação de vida.

À medida que a evolução segue seu curso, a energia e a consciência se tornam cada vez mais móveis e vibrantes, dessa forma as coisas se movem mais rápido. No caso da consciência, ela ganha discernimento. E no caso da energia, ela ganha maior criatividade para tomar formas e ter movimento.

Sobre a unificação. É importante perceber que, se um aspecto da consciência for destrutivo ou desarmônico, ele deve permanecer separado.
Sobre a unificação. É importante perceber que, se um aspecto da consciência for destrutivo ou desarmônico, ele deve permanecer separado.

Por um longo tempo, a consciência passou por uma fase de separação. É impossível explicar com palavras o processo de como isso aconteceu. O resultado, porém, é que agora aspectos da consciência flutuam no universo, por assim dizer. Todas as características que podemos pensar, todas as atitudes conhecidas pela humanidade, todos os traços de personalidade que podemos imaginar é uma manifestação da consciência. E cada partícula de consciência que ainda não está integrada no todo precisa ser sintetizada e unificada com tudo o que existe para, assim, criar um todo harmonioso.

Precisamos usar nossa imaginação, neste momento, para conseguir compreender. Por exemplo, podemos imaginar que alguma característica de personalidade familiar possa existir separada de uma pessoa? Que a característica não é a pessoa em si, mas uma partícula livre e flutuante da consciência geral?

Não importa se a característica é boa ou má. Ela pode ser qualquer um destes: amor, perserverança, preguiça, impaciência, inatividade, teimosia, bondade ou malícia. Cada um deles deve ser incorporado à manifestação de personalidades. Pois essa é a única maneira de cada um deles ser harmonizado e purificado, enriquecendo a consciência que está manifestando e criando as condições para a unificação da consciência conforme a evolução se desenvolve.

Acerca da unificação. É importante perceber que, se um aspecto da consciência for destrutivo ou desarmonioso, ele deve permanecer separado. Qualquer pessoa que tenha feito seu próprio trabalho pessoal pode comprovar isso. Os traços positivos, os quais são as partes construtivas da consciência, são uma parte harmonioso do bolo. Eles enriquecem o todo e expandem o campo de unificação por inteiro. A linguagem humana é muito limitada para tentar explicar isso mas, de qualquer forma, esse ensino nos beneficiará mais se a informação for prática e não abstrata.

Cada aspecto da consciência tem suas próprias características únicas, como vibrar em uma determinada velocidade, de acordo com sua natureza. Isso é verdadeiro para as coisas que podemos detectar com nossos cinco sentidos, bem como para muitas outras expressões sensoriais que não somos capazes de perceber. Pois existem infinitamente mais cores, aromas e tons do que conhecemos.

Os seres humanos são um conglomerado de muitos e muitos aspectos da consciência. Alguns estão puros desde o início, outros já foram purificados e outros aspectos ainda estão negativos e destrutivos e, portanto, estão separados, como apêndices. Nossa tarefa, quando encarnamos, é transformar esses aspectos isolados e fundi-los com vários aspectos da consciência. Que maneira nova de explicar a existência humana!

Isso se aplica à humanidade e também a outros níveis superiores de consciência, onde as dificuldades não são tão dolorosas e severas. Tornar-se consciente que existem estados superiores pode nos ajudar no trabalho que precisamos fazer aqui. O nosso dilema é que geralmente não entendemos o que está acontecendo aqui. Estamos cegos em relação as dificuldades a que estamos presos e isso faz com que pioremos ainda mais a situação.

Em qualquer grau que haja tensão e dificuldade em uma pessoa, nesse mesmo grau os vários aspectos da consciência estão em conflito uns com os outros. Nós nos debatemos, tentando nos identificarmos com esse ou aquele aspecto, sem saber o motivo dessa dificuldade. Seguindo cegamente neste labirinto, também não temos consciência do que é nosso Eu Real, onde está localizado e como encontrá-lo em meio a essa confusão.

Não temos certeza se somos nossas melhores qualidades, ou se talvez sejamos a consciência rigorosa que nos repreende por nossos traços negativos. Ou talvez sejamos o demônio destrutivo que está escondido no interior? Onde está a nossa melhor parte? Temos raiva desse demônio? Ou fingimos que o demônio não existe? Se conhecemos as respostas ou não, esse tipo de busca está acontecendo dentro de nós, e é melhor se pudermos nos tornarmos mais conscientes de que essa dificuldade existe. Qualquer caminho de autoconhecimento precisará abordar essas questões, mais cedo ou mais tarde, pois, essencialmente, é um problema de identidade própria. Quem nós somos realmente?

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Na verdade, existe um Eu Real que não é nem nossos piores aspectos, nem nosso medo de existir, nem o manto que tenta encobrir tudo isso.
Na verdade, existe um Eu Real que não é nem nossos piores aspectos, nem nosso medo de existir, nem o manto que tenta encobrir tudo isso.

Quem sou eu?

É um problema que os humanos se identificam com qualquer um dos aspectos que mencionamos. Pois não somos nossos traços negativos e também não somos a consciência que nos pune por eles. Não somos nem mesmo nossos traços positivos. Apesar de termos conseguido integrar as partes positivas na totalidade do nosso ser, não é a mesma coisa de nos identificarmos com elas. Seria mais correto dizer: eu sou a parte que conseguiu essa integração ao selecionar, decidir, pensar, agir e querer. Isso é o que me permitiu absorver em meu ser os aspectos que antes eram apenas um apêndice.

Cada aspecto da consciência que trabalhamos para curar e absorver tem uma vontade própria. Se já iniciamos o caminho de autocura, provavelmente já estamos cientes disso. Se estivermos lutando cegamente e nos perdendo, seremos controlados por cada um desses vários aspectos porque ainda não encontramos nosso Eu Real. Uma vez que nos identificarmos de maneira diferente com nosso Eu Real, encontraremos nosso poder. Nossa falta de senso de identidade nos leva a sentimentos de desespero.

Se, em nossa cegueira, acreditamos erroneamente que somos apenas nossas partes destrutivas, ficamos emaranhados em um tipo especial de batalha interior. Por um lado, vamos reagir com ódio contra nós mesmos, autopunição e autodestruição violentos. Por outro lado, visto que acreditamos que somos esses traços negativos, como podemos querer eliminá-los? Por que enfrentá-los e tentar compreendê-los?

Debatemo-nos entre: “Eu devo permanecer como eu sou, sem mudar e sem me aperfeiçoar, porque assim é quem eu sou e não quero deixar de existir”, e “Eu sou tão terrível, não tenho direito nenhum de existir; Eu deveria me punir deixando de existir.” Se acreditamos que esse conflito é real, como podemos suportar enfrentá-lo? Então, colocamos toda essa confusão para dormir.

E assim, prosseguimos a vida, vivendo “como se”. Ao fingir, mudamos a nossa identidade para nossa máscara. Agora, nossa luta é para não expor a mentira que estamos vivendo. E deixar de fingir? Nunca. Pois a alternativa seria mergulhar novamente nessa luta dolorosa. Não é de se admirar que tenhamos tanta resistência! E, no entanto, isso tudo é um grande desperdício. Pois nada disso é sequer a verdadeira realidade. Porém, efetivamente, existe um Eu Real que não é nem nossos piores aspectos, nem nosso medo de existir e nem a capa que tenta encobrir tudo isso. Nossa maior preocupação: precisamos encontrar esse Eu Real.

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Trabalhar com o que podemos

Antes que nosso Eu Real possa se manifestar completamente, já existe uma parte dele disponível para nós neste exato momento: o nosso eu consciente no seu melhor estado, como ele está agora. Pode ser apenas uma parte limitada do nosso ser maior, mas é quem nós somos. Esse é o “Eu” que precisa começar a organizar toda a nossa confusão. Na verdade, ele já se apresenta em muitas áreas da nossa vida, mas não o notamos. E, até hoje, ainda não o colocamos para auxiliar nessa situação, em que somos cegamente controlados por uma falsa identidade e por suas consequências.

É seguro identificar-se com o “Eu” que é capaz de fazer a decisão de enfrentar verdadeiramente esse conflito. Essa é a parte de nós que pode observar o que está acontecendo. E, à medida que acordamos e adquirimos um grau mais alto de autoconsciência, podemos tomar decisões e escolher nossas atitudes. Também podemos inverter essa situação e dizer que, à medida que tomamos certas decisões e escolhemos atitudes particulares, nossa consciência desperta e se expande.

A maioria das pessoas falha em colocar em bom uso essa parte da consciência que está disponível imediatamente para elas, utilizando-a onde sentem muito sofrimento e conflito. Não percebemos quanto poder essa parte de nós tem para ajudar a resolver esse problema de identidade. Mas assim que começarmos a fazer isso sistematicamente, uma mudança grande acontecerá em nossas vidas e alcançaremos um novo estágio em nosso desenvolvimento.

Podemos confiar em nosso conhecimento da verdade já existente. E podemos confiar em nossa capacidade de agir com boa vontade. Podemos invocar nossa capacidade de sermos positivos, corajosos e comprometidos nessa batalha para encontrarmos nossa identidade. E podemos escolher como proceder para lidar com esse problema. Na medida exata em que fazemos isso, nossa consciência se expandirá e se tornará cada vez mais impregnada pela consciência espiritual.

Se não estivermos colocando a consciência que já podemos acessar em uso, em como conduzimos nossas vidas, consequentemente a consciência espiritual não se manifestará através de nós. Mas se aplicarmos nossa consciência existente, então inspirações novas e entendimentos de sabedoria profunda emergirão das profundezas do nosso ser.

No entanto, se continuarmos seguindo a linha de menor resistência, cedendo ao envolvimento cego e desistindo de descobrir nossa verdadeira identidade, vamos nos conformar com uma existência lamentável e permanecer presos no velho costume de reagir por hábito e então justificar nosso mau comportamento. Se continuarmos nos entregando a comportamentos compulsivos e nos perdermos em desespero e pensamentos negativos, continuaremos dando voltas em nossa infelicidade e nossa consciência presente não poderá ser colocada em uso.

Como resultado, nossa consciência não se expandirá nem um pouco, nem irá transmutar e sintetizar os traços negativos com os quais agora identifica-se falsamente. A partir daqui, não podemos trazer valores mais profundos, não se não trabalharmos com os valores já disponíveis para nós. Esta é uma lei espiritual da vida que se aplica a todos os níveis do nosso ser. Não devemos considerar isso superficialmente.

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Nossa culpa surge inteiramente de nossa falsa autoidentificação. Se acreditarmos que realmente somos nosso demônio, a escolha parece clara: devemos nos aniquilar.
Nossa culpa surge inteiramente de nossa falsa autoidentificação. Se acreditarmos que realmente somos nosso demônio, a escolha parece clara: devemos nos aniquilar.

Com qual área nos identificamos?

Muitos desses ensinamentos tratam sobre o Eu Superior, o Eu Inferior e a Máscara. Esses três termos concisos, na verdade, cobrem uma área ampla, pois cada um compreende muitas variações e subdivisões. Para nossa conveniência, podemos classificar certos aspectos da consciência de acordo com a categoria a que pertence. Portanto, quando nos identificarmos com um aspecto particular ou grupo de aspectos, ficaremos submersos nessa área do nosso ser.

Por exemplo, uma expressão do Eu Superior é a boa vontade. Mas temos uma outra vontade para bem que não é um aspecto do Eu Superior, e podemos confundir os dois facilmente. No entanto, de modo algum eles são os mesmos. A segunda versão é a nossa vontade de sermos bons por uma questão de aparência. Aqui, usamos nossa bondade para negar nossa maldade, ou Eu Inferior. Fazemos isso quando a parte consciente de nós que decide e escolhe não querer aceitar o desafio de enfrentar nossos aspectos negativos.

Nossos aspectos destrutivos—as nossas partes demoníacas—estão obviamente em casa em nosso Eu Inferior. Mas, que tal a culpa enorme que sentimos sobre nossos aspectos destrutivos que ameaça nos punir e até mesmo nos destruir em relação aos aspectos do nosso Eu Inferior—certamente ela é uma expressão do nosso Eu Superior, certo? Não, não é, embora facilmente pareça ser. Na verdade, nossa culpa é mais destrutiva do que nossa própria destrutividade.

Nossa culpa surge completamente de nossa falsa autoidentificação. Se acreditarmos que realmente somos nosso demônio, a escolha parece clara: devemos nos destruir. Porém tememos a destruição e isso nos deixa presos ao nosso demônio. Mas se observarmos o demônio, agora demos um pequeno passo que é apenas o suficiente para começarmos a nos identificarmos com a parte de nós que observa.

Não se esqueça, nenhum de nós está inteiramente consumido por esse conflito. Se o caso fosse esse, não teríamos nenhuma esperança de sair dessa situação. Portanto, não somos nossos aspectos negativos. Podemos encontrar muitos aspectos do nosso ser onde utilizamos o poder do nosso pensamento criativo, expandindo nossa mente e, como resultado, construímos algo produtivo. Mas vamos nos concentrar naquelas áreas que não são tão brilhantes, onde não estamos sendo produtivos ou expansivos.

Enquanto formos incapazes—ou, mais apropriadamente, não tivermos vontade—de notar nossas partes destrutivas, estaremos perdidos nelas. Por isso, não é possível alcançar a autoidentificação apropriada. E, embora nosso desejo de esconder nossa destrutividade seja pior do que o que estamos escondendo, pelo menos mostra que desejamos acabar com nossa destrutividade. Assim sendo, nosso desejo de esconder a destrutividade do nosso Eu Inferior é uma mensagem mal colocada, mal interpretada e mal compreendida vinda do nosso Eu Superior, o qual anseia por liberdade. Portanto, é um modo errado de interpretar o desejo do nosso Eu Real e um jeito errado de aplicar uma solução.

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nossa tarefa

Vamos nos voltar à parte de nós que observa e ver como podemos ativar e utilizar melhor nosso eu consciente. Pois queremos expandir este aspecto de nós mesmos, abrindo espaço para que a consciência universal se infiltre nele.

Quando começamos nosso caminho espiritual, nosso trabalho é eliminar nossa máscara, abrindo mão de nossas defesas e superando nossa resistência em expor nossos erros tão vergonhosos. Estranhamente, o que sentimos é que reconhecer nossos traços negativos traz uma nova liberdade. Por que isto é assim? A resposta óbvia é que simplesmente ter a coragem e a honestidade de nos enxergarmos na verdade é libertador e cria o alívio tão desejado. Mas também é mais do que isso.

Quando reconhecemos nossa parte destrutiva, uma mudança muito sutil, mas distinta, ocorre em nossa identificação. Antes disso, atuávamos cegamente em nossa destrutividade, então éramos controlados impotentemente por estes aspectos. Esta é uma indicação de que acreditávamos que eles eram quem nós somos.

Porque nos identificamos com eles, não podíamos reconhecê-los. Afinal, eles são inaceitáveis. Mas quando enxergamos o que antes era inaceitável, deixamos de ser inaceitáveis. Agora nos identificamos com a parte de nós que pode e decide olhar.

Então, outra parte de nós assume o controle e pode efetivamente fazer algo a respeito desses aspectos. No começo, pode ser que ela apenas observe-os e procure compreender por que eles estão aqui. Mas agora estamos em uma situação totalmente diferente de antes, quando nos identificávamos com os aspectos ruins.

No instante em que os identificamos, deixamos de nos identificar com eles. É por isso que nos liberta apenas reconhecer as piores partes da nossa personalidade, depois de eras de luta com nossa resistência para enxergar nosso eu atual na verdade. Quando fizermos essa distinção clara, será cada vez mais fácil nos tornarmos cada vez mais conscientes de nós mesmos, como estamos fazendo agora.

Quando fizermos isso—localizar, observar e descrever claramente quais são nossos aspectos destrutivos até agora—teremos encontrado nosso Eu Real, com o qual podemos nos identificar com segurança. A partir daqui, temos várias opções, sendo que a mais importante neste momento é a capacidade de identificar, observar e articular. Ao fazer isso, o ódio que sentimos por nós acabará. Mas enquanto negamos esse processo extremamente importante de identificação com nosso Eu Real, parece que não há como evitar odiar a nós mesmos.

O poder que agora utilizamos possui capacidades adicionais. Ele pode reconhecer e adotar novas atitudes livres de autojulgamento, o qual é tão devastador. Essa parte tem a habilidade de julgar a negatividade de uma forma verdadeira. Mas há um mundo de diferença entre esse tipo de crítica que auxilia a acreditar que o que julgamos é a verdade de quem somos. É útil perceber que essa parte de nós mesmos—a parte que reconhece nossa destrutividade—tem outras opções disponíveis, tornando-a muito mais próxima da nossa realidade suprema.

Observe como é diferente a sensação de saber que a tarefa do ser humano é carregar os aspectos negativos conosco com o propósito de transformá-los e reintegrá-los ao todo. Essa perspectiva abre espaço para a verdade sem o sentimento de desespero. Observe como é digno considerar que estamos realizando esta importante tarefa pelo bem da nossa evolução!

Então, quando chegamos a este mundo, trazemos os aspectos negativos conosco. Existem leis significativas que determinam quais aspectos iremos trazer, mas cada pessoa cumpre uma tarefa imensa fazendo este trabalho. Alguém que não se oferece para fazer esse tipo de trabalho pode, de fato, já estar bastante purificado e, portanto, relativamente harmonioso e evoluído. Mas, eles não estão contribuindo para a evolução universal como nós estamos, quando fazemos este trabalho de autorrealização. Nossa tarefa nos dá motivos para sentirmos grande dignidade, que supera o sofrimento momentâneo que se acumula pelo fato de termos perdido de vista quem realmente somos.

Quando lidamos com os reinos que estão além da dualidade, sempre nos deparamos com algumas supostas contradições. Isso é exatamente o que acontece quando nos aproximamos da realidade suprema. Uma delas é o seguinte: devemos reconhecer nossos aspectos ruins como parte de quem somos e assumir a responsabilidade por eles, antes de podermos realmente compreender que eles não são quem somos. É totalmente possível ser responsável por eles e não acreditar que são nossa única realidade.

Somente quando assumimos a responsabilidade por eles, chegamos a esta compreensão maravilhosa de que não somos eles. Em vez disso, estamos carregando algo em nós pelo qual estamos dispostos a assumir a responsabilidade, com o propósito da evolução. Após darmos esse passo importante, estamos prontos para o próximo passo: integração.

Então, para recapitular os passos que demos até agora:

  1. Nós estamos meio adormecidos, vivendo em um estado de não saber quem somos e lutando cegamente contra tudo que odiamos em nós mesmos, conscientemente, semi-conscientemente e inconscientemente.
  2. Então, começamos a nos despertar, observando e falando claramente sobre o que não gostamos. Podemos sentir agora que este é apenas um aspecto de nós, e não a verdade secreta e suprema sobre quem somos.
  3. Cada vez mais somos o “Eu” que observa e tomamos consciência de que podemos fazer novas escolhas. Descobriremos opções e possibilidades com as quais nunca sonhamos antes, não através de mágica, mas experimentando maneiras de ser que ignorávamos. Essas atitudes novas incluem: autoaceitação sem exagerar as coisas como elas são; aprender com nossos erros; perseverar para continuar, mesmo quando não temos sucesso imediato; começar a ter fé nos potenciais desconhecidos que se apresentarão somente quando adotarmos essas atitudes vencedoras.

Depois de começarmos a adotar essas novas maneiras de percebermos a nós mesmos, seremos capazes de avançar para o quarto e último passo:

  • XNUMX) Compreenderemos a razão dos nossos aspectos negativos e destrutivos, e isso os dissolverá para então poderem ser reintegrados.

À medida que nossa consciência se expande e se une com a consciência universal, a realidade espiritual pode se revelar ainda mais. Isso é o que significa nos purificar. Na medida em que fizermos isso, conduzindo nossas vidas dessa forma, a consciência geral do universo se tornará menos dividida em partículas separadas. É assim que todos nós trabalhamos juntos para alcançar a unificação.

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Grande parte da humanidade está à beira, querendo dar este passo. Mas aí nós hesitamos.
Grande parte da humanidade está à beira, querendo dar este passo. Mas aí nós hesitamos.

Tomando o próximo passo

Quando considerarmos tudo o que acabamos de dizer, entenderemos muitas coisas importantes. Para começar, veremos como é importante reconhecermos nossos traços demoníacos que são baseados em uma distorção da verdade. Assumiremos a responsabilidade por esses aspectos destrutivos de nós mesmos que, paradoxalmente, libertar-nos-ão de nos identificarmos com eles. Saberemos completamente quem somos e veremos que as partes negativas são apenas apêndices, que podemos incorpor novamente a nós mesmos à medida que os dissolvemos. Ao fazer isso, sua natureza e energia de base podem se tornar parte da consciência de que somos, caminhando livremente neste mundo.

Não importa o quão desagradável seja nossa realidade atual, podemos lidar com ela. Ao aceitá-la e explorá-la, não seremos mais aterrorizados por ela. O poder verdadeiro do nosso Eu Real—como ele é neste momento—é que temos a capacidade de perceber o que está acontecendo e fazer escolhas diferentes. Os passos para a compreensão da maior consciência divina que estamos envolvem descobrir e conhecer o self de uma nova maneira.

Até que comecemos a dar esses passos, nosso self mais verdadeiro e profundo continuará sendo uma teoria e um potencial. Não fará parte da nossa realidade atual. Podemos saber sobre ele, até mesmo acreditar que existe. Mas não seremos capazes de acessá-lo até que utilizemos a consciência disponível para nós, neste momento, para resolvermos nossos problemas do cotidiano.

À medida que passamos por esses quatro estágios, nossa mente consciente se abre para sabedoria e verdade novas. Junto delas virá energia, sentimentos fortes, amor e a capacidade de vencer opostos dolorosos. Nossas vidas serão enriquecidas ao nos reorientarmos para criar mais prazer e alegria.

Quando começamos a nos identificar com nosso Eu Real, ocorre uma grande mudança profunda em que o medo, que parece não ter fim, que sentimos em nossa alma vai embora. Muitos de nós podem não sentir esse medo conscientemente. Mas quando estivermos no limite do nosso trabalho, prontos para atravessar o limiar de um estado para outro—enquanto nos preparamos para a mudança, deixando de estar perdidos, cegos e confusos para nos tornarmos nosso Eu Real—esse medo surge. Mais corretamente, ficaremos conscientes dele.

Para alguns, esse período de transição pode durar semanas. Para outros, pode durar muitas encarnações. A escolha é nossa. Podemos esconder nosso medo ou enfrentá-lo. Se optarmos por enfrentá-lo de frente, passaremos por essa fase de transição mais rapidamente. Não ganhamos nada ao escondê-lo. De qualquer forma, deixará marcas indeléveis em nossa vida.

Entretanto, nossos medos ocultos não são menos dolorosos e limitam menos nossa vida do que a própria experiência do medo em si. Na verdade, é exatamente o oposto que é verdade. O medo somente existe porque ainda não sabemos que existe um Eu Real além dos aspectos negativos que odiamos. Se não tivermos coragem o suficiente para explorar se esse medo é justificado ou não, não podemos descobrir que não é. Desse jeito, nunca aprenderemos a verdade de que somos muito, muito mais do que tememos ser.

Grande parte da humanidade está à beira, desejando dar esse passo. Mas então nós hesitamos. Pois essa beira parece ser um penhasco. E assim, contentamo-nos com uma existência incompleta. Não atravessamos para o próximo estado e o medo fervilha em nossa alma. Então, negamos esse medo, empurramo-lo para baixo da nossa consciência, onde esse medo reprimido causa danos em nossa personalidade. Ficamos cada vez mais perdidos, à medida que nos tornamos mais e mais alienados do núcleo central do nosso ser.

Quando finalmente nos comprometemos a enfrentar nossos medos, o medo em si desaparece. Percebemos que podemos descobrir quem verdadeiramente somos. A vida não precisa ser terrível. Ela pode ser completa e rica, aberta e infinita. Logo que começamos a nos observar, mudamos nossa identidade e não sentimos mais o desejo de nos destruir. Nem precisamos esconder nossa identidade atrás de uma máscara, já que nossa identidade verdadeira não é o demônio odioso ou o ego mesquinho e egoísta. Em resumo, ao nos identificarmos com nosso Eu Real, retiramos o medo da destruição. Esse não é apenas o medo da morte, mas o medo de ser destruído e eles não são iguais.

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Muitas vezes, as pessoas se sentam em uma almofada ou fazem alguma outra prática espiritual, esperando que um milagre aconteça. Enquanto isso, sua mente está toda enredada na negatividade.
Muitas vezes, as pessoas se sentam em uma almofada ou fazem alguma outra prática espiritual, esperando que um milagre aconteça. Enquanto isso, sua mente está toda enredada na negatividade.

Fazer escolhas

Vamos voltar à mente consciente à qual temos acesso neste momento. Ela tem a capacidade de observar o <em>self</em>—ou um aspecto separado do <em>self</em>—e ela pode fazer escolhas. E a atitude que escolhemos para abordar nossos traços indesejáveis e subdesenvolvidos fará diferença. É a chave para nossa expansão.

Muitas vezes acredita-se que despertar ou expandir nossa consciência é um processo mágico que acontece repentinamente. Mas, não é. A única maneira de se despertar—alcançar a verdadeira consciência espiritual—é prestar atenção ao material em nós que atualmente não está sendo completamente satisfeito. Todos os momentos que estamos deprimidos ou ansiosos, sempre que nos sentimos desesperados ou qualquer outra atitude negativa sobre uma situação, nós temos opções.

Mas será necessário um ato interior de vontade da nossa parte para despertar as forças dormentes e colocá-las em movimento. Quando usamos o potencial que está disponível para nós realizarmos isso, um poder muito maior se revela. Isso acontece de modo gradual e orgânico. Muitas vezes, as pessoas se sentam em uma almofada ou fazem alguma outra prática espiritual, esperando que um milagre aconteça. Enquanto isso, sua mente está emaranhada em negatividade. Ficaremos decepcionados ou desiludidos. Mas aqui está a verdade: nenhum exercício, esforço ou esperança por uma graça jamais nos trará consciência genuína, ou fará nosso Eu Real se manifestar.

Existe um poder imenso em nossos pensamentos. A maioria de nós subestima o que podemos fazer com essa energia criativa. Assim como negligenciamos o poder que temos para recriar uma vida melhor para nós mesmos. Fazer uso desse poder é desafiador, mas também é uma aventura fascinante. Agora mesmo, podemos começar a explorar as partes mais profundas da nossa mente consciente, em busca de maneiras novas e melhores de enfrentar nossas dificuldades. Qual seria uma maneira mais construtiva de reagir? Não somos obrigados a reagir da maneira como o fazemos. Cada um de nós tem muitos pensamentos e, portanto, muitas possibilidades à nossa disposição. Podemos estabelecer um novo objetivo.

Se resistirmos em nos observar e mudar nossa identificação, permaneceremos identificados com o que mais odiamos em nós mesmos. Na medida em que for esse o caso, não poderemos acessar novas opções. Mas se pudermos fazer essa pergunta a nós mesmos: “Que atitude eu quero ter em relação ao que observo em mim e que eu não gosto?” com isso teremos feito grandes avanços.

Na verdade, saber que podemos mudar as nossas atitudes é uma das descobertas mais significantes que podemos fazer nesta fase da nossa jornada espiritual. E isso não requer uma grande revelação do nosso Eu Real. Significa simplesmente que estamos utilizando o que temos para trabalhar e que fizemos disponível a nós mesmos ao longo de todos os milênios em que viemos evoluindo.

Quais são nossas escolhas em relação a nossa postura sobre o que observamos? Podemos continuar completamente desanimados e sem esperança, achando que é impossível mudar e ser diferentes—que isso realmente é tudo que existe para nós. Aliás, é isso que temos feito até agora, apenas sem estar conscientes disso. Ou poderíamos optar pelo caminho que também é errado, mas na direção oposta, imaginando que temos o poder de fazer mudanças drásticas da noite para o dia. Essa opção não é melhor ou mais positiva, já que inevitavelmente também levará ao desapontamento, mas com um extra de negatividade justificada. Tanto o desespero irrealista quanto a esperança mágica irrealista são extremos e cada um leva a um círculo vicioso que nunca pode nos levar ao nosso Eu Real.

Então, essas são as únicas opções? Nossa mente não consegue pensar em mais nenhuma outra opção? Que tal algo assim: “Há grandes chances de eu esquecer e me perder novamente na cegueira durante o percurso do caminho. É um reflexo condicionado, mas isso não significa que vá me atrapalhar. Vou precisar me esforçar cada vez mais para encontrar meu caminho, procurando pela chave. Eu posso fazer e vou fazer isso. Aos poucos, me vou me tornar mais forte e vou descobrir energias e recursos novos que eu não tinha antes.

“Eu não vou mudar de ideia e desistir pelo fato de que demora para construir algo bonito. Eu vou ter paciência comigo mesmo. Eu não vou ter a expectativa infantil que todo meu trabalho seja feito de uma vez. Minha escolha é usar todos os meus poderes para fazer este trabalho, mas também serei realista. Gostaria que meu Eu Real me guiasse. Mas se eu ainda não consigo ouvir o que ele está me dizendo—porque no começo minhas energias podem ser muito densas e minha consciência muito adormecida—vou confiar e esperar, e não vou desistir.

“Eu quero dar o meu melhor para isso que chamamos de vida. Eu vou tentar observar sempre o que não gosto e explicá-lo para que possa identificá-lo com mais facilidade no futuro e não ser identificado com ele. Eu vou procurar maneiras de compreender tudo que descobrir e, eventualmente, serei capaz de superar isso.”

Nós temos a opção de escolher uma atitude como essa. Isso não é mágica. É uma escolha, e podemos fazer essa escolha, começando agora. Em cada dilema, temos a opção de observar e identificar, em vez de ficarmos submersos e perdidos. O conhecimento já existe em nós e podemos aplicá-lo em tudo o que encontrarmos. Utilizar o conhecimento a que temos acesso agora ampliará as opções do que podemos saber e sentir.

Quanto mais fazemos isso, mais expandidos nos tornamos. Iremos integrar nossos aspectos separados na força universal da vida e nos tornaremos essa força. Isso acontece melhor se tivermos um diálogo interno composto por três partes. O eu consciente, ou ego, precisa conversar com os aspectos demoníacos, ou Eu Inferior, bem como com o eu divino, ou Eu Superior. Isso permite que o Eu Superior se comunique diretamente com o Eu Inferior. E como qualquer conversa significativa, ambos os lados podem se expressar nesta conversa tríplice.

Podemos levar algum tempo em nosso caminho espiritual antes de estarmos prontos para entrar nesse diálogo. Mas, ao observar a nós mesmos, colocamos as rodas em movimento para que isso aconteça, conforme nosso Eu Real—composto atualmente pelo Eu Inferior e o nosso Eu Superior—se revela. Quando pudermos ouvir essas vozes interiores trabalhando juntas para descobrir a verdade, então saberemos que este é quem realmente somos. É aqui que reside nosso verdadeiro poder. Neste lugar, não há nada a temer.

“Meus amigos, esta palestra requer uma atenção cuidadosa. A maior parte do conteúdo não pode ser compreendida de início porque é difícil. Vocês precisam concentrar sua mente, utilizar sua boa vontade e, também entrar em contato através da meditação com reinos mais elevados de realidade e poder espiritual para ajudá-los a absorver e colocar em uso o que eu disse.”

– Guia Pathwork

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