A chave para nos tornarmos quem realmente somos é esta: devemos superar o medo de nós mesmos. Este é o pré-requisito fundamental para nos tornarmos tudo o que podemos ser. Na verdade, em última análise, todo tipo de medo equivale a um medo de si mesmo. Pois, se não tivéssemos medo do nosso eu mais íntimo, não temeríamos nada na vida. Não teríamos medo nem da morte.

Mas quando começamos a percorrer um caminho de autoconfrontação, não sabemos que o que realmente tememos é o que se esconde nas nossas profundezas insondáveis. E é assim que muitas vezes projetamos esse medo muito real de nós mesmos em todos os tipos de medos diversos. Dessa forma, passamos a negar que temos esses medos e começamos a encobrí-los.

Cada ser humano vivo vem instalado de fábrica com a capacidade de se render totalmente à força vital e a todas as suas correntes de prazer tentadoras.
Cada ser humano vivo vem instalado de fábrica com a capacidade de se render totalmente à força vital e a todas as suas correntes de prazer tentadoras.

Até que um dia, acordamos e percebemos que temos um medo enorme de algum aspecto particular da vida sobre o qual este tsunami do medo de nós mesmos desagua. Ou talvez acabemos simplesmente temendo a própria vida e, assim, procuramos evitar vivê-la completamente. Fazemos isso da mesma forma que evitamos conhecer a nós mesmos, na medida em que nos tememos.

Indo além, às vezes projetamos nosso medo da vida sobre o medo da morte. Já que realmente a vida e a morte são duas faces da mesma moeda. Então, na verdade, se tememos uma, também tememos a outra. O medo da vida e da morte, então, é um pacote fechado.

Só quando nossa busca pelo autoconhecimento se aprofunda é que nos damos conta de que aquilo que mais tememos é a nós mesmos. Podemos reconhecer isso pelo retrocesso que fazemos quando se trata de ver qual é a nossa responsabilidade nos conflitos; quando resistimos—de todas as formas mais ou menos óbvias; quando não enfrentamos o terror de abandonar nossas defesas—o que nos permitiria vivenciar nossos sentimentos de maneira espontânea.

Mas o grau de nossa cautela não será claro para nós no início, exatamente, porque nossas defesas se tornaram uma segunda natureza. Nós nem mesmo percebemos, neste ponto, que elas não são naturais. Ainda não sabemos se a vida poderia ser diferente se simplesmente as deixássemos partir. Na verdade, nossa incapacidade de relaxar e de se deixar guiar por forças involuntárias é um sinal chave de quanto desconfiamos de nós mesmos.

E exatamente por que evitamos permitir que os movimentos naturais da alma nos guiem? Porque temos medo deles, é por isso. Temos medo de para onde eles nos levarão. Simplesmente tomar consciência desse medo é dar um salto gigante na direção certa. Isso nos levará à autoliberação e à liberdade do medo. Pois, se não estivermos cientes de nosso medo de nós mesmos, não podemos superá-lo.

Cegado pelo medo: Insights do Guia Pathwork® sobre como enfrentar nossos medos

O Eu Real

Nosso Eu Real não pode ser manipulado rumo à liberdade; não pode ser forçado ou coagido a aparecer e se comportar bem. Nosso Eu Real só pode se manifestar como uma expressão espontânea. Então, se tivermos medo de soltar, ficaremos trancados em uma prisão que nós mesmos criamos.

O que acontece quando o nosso Eu Real age espontaneamente? Sabemos intuitivamente coisas que surgem do nosso interior, não por meio de um processo de aprendizagem externo. Artistas genuínos e cientistas inteligentes trazem novas criações ao mundo por meio desse processo. Mas para que isso aconteça, eles não devem temer seu eu interior. Mas muitas vezes, sem saber, eles bloqueiam o que deseja vir à luz.

Quando tememos o que acontecerá se não nos harmonizamos com o externo, então, vivenciamos mais uma reviravolta no tema Medo de Si Mesmo. Pois pode acontecer que nossa verdadeira realidade interior esteja em conflito com o que está acontecendo em nosso mundo exterior; nossos valores internos podem ser diferentes dos valores que nos foram transmitidos. Quando for assim, nosso trabalho é recusar valores estabelecidos pelos outros. E só podemos fazer isso se não nos apavorarmos com o que for surgir organicamente de dentro da gente. Quer estejam “certos” ou “errados”, os valores externos ao nosso coração nos parecerão algemas se não os escolhermos livremente.

Um dos maiores inconvenientes no que diz respeito ao medo de si mesmo é a maneira como ele se encaixa no medo do prazer. Pois, nós, humanos, somos máquinas produtoras de prazer, capazes de experimentar uma alegria intensa. O problema é que muitas pessoas simplesmente não desfrutam de nenhum prazer positivo. E isso é realmente uma pena, porque cada ser humano vem com um chip instalado de fábrica que oferece a capacidade de se render totalmente à força vital e a todas as suas correntes irresistíveis do prazer .

Se estivermos realmente saudáveis e funcionando da forma como fomos projetados, expressaremos espontaneamente essa força poderosa conforme ela nos atravessa. Não teremos medo e, portanto, não a rejeitaremos. Isso nos iluminará como uma árvore de Natal, animando-nos com uma energia deslumbrante, uma força tremenda e um contentamento profundo.

Mas, para aqueles que permanecerem retraídos e defendidos, que estão constantemente se reprimindo por medo de se soltarem, essas forças não poderão brilhar. Quando nos entorpecemos e amortecemos nossos sentimentos, morremos. Essa falta de vitalidade, ou esse estado de desconexão, é galopante no mundo todo, porém, não mais hoje do que em épocas anteriores. Poderíamos nomear isso de autoalienação, e em seu rastro flui uma sensação de falta de sentido e vazio. Tudo porque o nosso ego, excessivamente vigilante e obstinado, não relaxa.

Claro que em média, o João e a Maria vão experimentar algum nível de vitalidade, pelo menos às vezes. Mas é uma ninharia em comparação com o que é possível. Não podemos nem imaginar como as coisas poderiam ser melhores. Muitas vezes rotulamos essa vivacidade como “irreal”, ou talvez até pensemos que nosso desejo por um estilo de vida diferente seja uma ilusão. Com isso, nos resignamos a viver uma vida meio morta, assumindo que é assim que as coisas devem ser.

É preciso coragem para agarrar-se a esse desejo—não importa o quão tarde possa parecer—e acreditar que mais pode ser alcançado. Mas para que isso aconteça, devemos estar dispostos a viver. E para fazer isso, precisamos enfrentar o medo de si mesmo.

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O grande círculo vicioso

Por que temos medo de soltar e deixar ir? Por que tememos que, se não permanecermos hipervigilantes, observando constantemente o que pode dar errado, algo de ruim possa acontecer? Qual é o perigo que tememos que possa vir à tona das profundezas do nosso ser espontâneo?

No final das contas, existem basicamente duas coisas que podem acontecer. A primeira, existe a possibilidade de que algum monstro terrível surgirá de nós. Alguma criatura destruidora vai levantar sua cabeça horrenda. A segunda, existe a possibilidade de que algo maravilhosamente criativo e prazeroso venha à tona. Algo criativo e pleno de vida em expansão irá transbordar.

Embora seja fácil imaginar porque tememos a primeira possibilidade, não é verdade que essa seja a única opção que nos assusta. Claro, o medo da nossa negatividade é um bom motivo para fecharmos as escotilhas para os movimentos livres da alma já que as chances são boas de estarmos sentados num barril de pólvora de ódio, hostilidade, raiva, ressentimento e impulsos cruéis enterrados em nosso interior. E é compreensível que fiquemos apavorados com a possibilidade de que tudo isso venha à tona.

E não se engane, porque tudo isso existe em cada ser humano, em diferentes graus. Eles existem na medida em que nossas expressões positivas foram bloqeadas quando éramos jovens. Primeiro, a expressão total de nossa força vital é proibida pelos nossos pais e outras pessoas ao nosso redor, sob a crença equivocada de que é perigoso permitir que nos expressemos. Mais tarde, nos reprimimos a nós mesmos.

Portanto, sejamos claros: quando nos tornamos adultos, nosso passado não nos restringe mais. Em vez disso, continuamos a nos conter ao reinar sobre nossa força vital construtiva que, antes, era interditada por outra pessoa.

Aqui vamos nós, rumo a um dos círculos viciosos mais conhecidos. E é causado por um erro que nos foi imposto pelo mero fato do que significa nascer humano. Pois quando as forças positivas são reprimidas, as forças negativas crescem em seu lugar. O que realmente está acontecendo aqui é que uma força positiva se torna retorcida e distorcida, perturbando sua essência original e convertendo-a em uma força negativa. Essa força agora negativa não é uma força diferente que acabou de surgir. Nossa raiva, por exemplo, não é uma nova corrente de energia ou emoção. Não, nossa raiva é feita da mesma substância original do nosso amor. E se permitirmos, ela pode voltar a ser amor.

Na verdade, isso pode acontecer com bastante facilidade, uma vez que qualquer emoção negativa será prontamente convertida de volta à sua forma natural original. Para fazer isso com nossa raiva, primeiro devemos admitir que ela existe. Então, precisamos vivenciá-lo plenamente, fazendo-o em circunstâncias adequadas para que façamos isso de uma forma que não machuque ninguém. À medida que nos permitimos nos identificarmos totalmente com sentimentos poderosos como a raiva, queremos manter um senso de proporção a respeito. É importante não rejeitarmos nossa personalidade total porque ela existe. Então, e somente então, nossa raiva pode retornar ao calor dos sentimentos prazerosos e amorosos.

Ao longo do caminho, talvez seja necessário atravessar outras emoções temporárias, incluindo tristeza, autopiedade e dor. Provavelmente, também precisaremos nos reconectar com nossa agressividade e autoafirmação saudáveis. Basicamente, precisaremos reconhecer todas as nossas correntes de energia negativa e vivenciá-las. E também permitir que elas existam enquanto se desenrolarem naturalmente. Essa é a maneira de transformar o que não é natural e destrutivo e reconduzir de volta à sua face original amorosa.

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A saída

Vamos voltar a este círculo vicioso por um momento. Pois é nesse cenário que vivemos quando evitamos o procedimento saudável que acabamos de descrever. Conclusão: quanto maior for nossa raiva, maior será o nosso medo dela. E consequentemente, maior serão nossas defesas. E quanto mais cautelosos formos, menos espontâneos seremos. E a espontaneidade faz parte da fórmula para permitir que nossas emoções destrutivas retornem ao seu estado original transformadas em correntes de prazer. Suspiro.

Passamos a temer as forças destrutivas, o que é compreensível, mas muitas vezes também tememos as forças do prazer e do amor, talvez até mais. Temos medo deles porque nos pedem que permaneçamos desprotegidos e confiemos em nossa natureza espontânea interior. Lembre-se de que essa é a única maneira de manter vivas as forças do amor: não temos nenhum medo de nós mesmos. Desistir de estar sempre em guarda, porém, parece pedir a aniquilação. Porque então estaremos deixando algo diferente do nosso ego vigilante trabalhar em cooperação com o processo de vida.

O que é necessário para desfazer esse círculo vicioso? Ir ao encontro daquilo que tememos. E o que tememos são as forças do amor que exigem que abramos mão de nosso controle rígido, aonde nossos olhos vigilantes esperam controlar e manipular a vida, retirando toda a espontaneidade da equação. Quanto mais bloqueamos nossa vida preciosa, mais vazio e frustração vão se acumulando fazendo com que a raiva e a cólera cresçam. E com isso, o medo de si mesmo também aumente.

Continuaremos presos neste ciclo vicioso enquanto nos recusarmos a dar os passos necessários para superar nossa resistência em enfrentar nosso medo. E geralmente, no topo da lista de coisas que queremos evitar está—tcharam!—lidar com nossos medos. No entanto, se pudermos começar a encarar nossas profundezas—e, lamento ter que dizer mas, isso significa fazer mais do que algum tipo de aceno geral em relação à existência de nossos sentimentos negativos—o alívio e a liberação que sentiremos farão qualquer esforço valer a pena.

Assim que começarmos, veremos que fazer esse trabalho de autodescoberta não é tão perigoso nem tão difícil quanto imaginamos. Nossos passos nesta direção são abençoados e permitirão que nossa vida se abra. Nossas emoções reprimidas devem ser vividas para serem transformadas. Mas tenha em mente que isso não significa que vamos agir de acordo com nossa raiva. Isso só levará à retaliação. Devemos buscar supervisão terapêutica onde nossas expressões internas não causem danos externos.

Quanto mais assumirmos a responsabilidade por nossos sentimentos destrutivos, reconhecendo-os e expressando-os com segurança, menos nos sentiremos compelidos a expressá-los. Vamos parar de reagir exageradamente às situações, como acontece com tanta frequência em nossa vida diária, e não vamos mais espalhar inadvertidamente e indiretamente nossa raiva sobre os outros. Todos nós fazemos isso mais do que percebemos.

Quanto mais rapidamente concluírmos esse trabalho de autotransformação, mais cedo vivenciaremos experiência de prazer. Mas, enquanto existir o medo de si mesmo, será impossível se sentir realizado. Absolutamente impossível.

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O amor é visto como um ato sem prazer, sacrifício e privação que nos empobrece por sermos "bons". Não é de admirar que tenhamos medo de amar.

O amor é visto como um ato sem prazer, sacrifício e privação que nos empobrece por sermos "bons". Não é de admirar que tenhamos medo de amar.

Dando e recebendo

Todos nós precisamos de nutrição vindas do afeto, do aconhego e da aceitação de nossa singularidade para prosperar. Mas quando nossa necessidade de receber tudo isso não é satisfeita, nossa psique sofre um golpe. Pois, assim como nossos corpos precisam de prazer, nossas almas necessitam igualmente. Sem ele, nosso crescimento ficará atrofiado.

Quando crianças, todos dependíamos de ter nossas necessidades atendidas por outras pessoas. Precisávamos receber. Além disso, as crianças têm a necessidade de se doarem. Portanto, na vida adulta, embora reconheçamos prontamente a frustração de não ter recebido o suficiente, tendemos a ignorar a frustração de não ter dado o suficiente. À medida que crescemos, vai ficando claro que uma criança que não recebeu o suficiente pode ter dificuldade, como adulta, de se doar. Geralmente, nossa investigação para por aí. E é fundamental que, para curar o dano de não ter recebido o suficiente—além de perceber que não somos impotentes em relação ao nosso passado e agora podemos estabelecer um novo equilíbrio—devemos reconhecer a dor muito pior da frustração de não ter dado o que nós tínhamos para oferecer.

Ao focar excessivamente no aspecto da falta de recebimento, foi criada uma geração de pessoas com autopiedade que se sentiram prejudicadas pela vida porque não receberam o suficiente. Eles se tornaram pais emocionalmente incapacitados, e isso os levou a uma entrega excessiva na geração seguinte. Em vez de sentir a dor da frustração e buscar um equilíbrio saudável, eles criaram uma geração de pais de helicópteros.

O continuum de dar e receber é um movimento da alma que deve fluir. E para sermos saudáveis e nos sentirmos realizados, precisamos fazer parte desse processo constante. Fazemos isso permitindo que essas forças fluam, repassando forças positivas para os outros e recebendo dos outros o que eles se permitem doar.

Sempre existe a possibilidade de doarmos de forma saudável. Mas, em vez disso, frequentemente, criamos dores porque reprimimos o que temos para dar. Na verdade, essa dor é muito pior do que a dor de não ter recebido o suficiente.

Pense desta maneira. Se mais alguma coisa se acumular, isso criará uma tensão. E esse excesso não vai ser bom. Portanto, se estamos retendo nosso Eu Real porque sentimos medo, sentiremos essa tensão. Como tal, sofremos tanto por não dar como por tudo o que reclamamos de não receber.

Por muito tempo, a religião adotou a abordagem desequilibrada de enfatizar excessivamente a doação: É mais abençoado dar do que receber. Por enfatizar constantemente a necessidade de dar amor, misericórdia ou compreensão, amar parece ser uma ordem piedosa que cumprimos por meio de sacrifício. As pessoas desenvolvem a crença oculta de que amar é empobrecer a si mesmo. Se não sofremos em nosso amor ou nos enganamos de alguma forma, isso não é considerado amor verdadeiro.

Até hoje, o conceito inconsciente de amor de muitas pessoas inclui certas ações que vão contra seus próprios interesses. Em suma, o amor é visto como um ato sem prazer, sacrificial e privador que nos empobrece por sermos “bons”. Não é de admirar que tenhamos medo de amar. As religiões também negaram historicamente os sentimentos de prazer que o amor causa no corpo, acusando-os de serem pecadores. A partir dessa perspectiva, as pessoas devem ceder às suas manifestações espontâneas e se tornar “perversas”, ou eliminamos os sentimentos verdadeiros que caracterizam sua força e amor como um dever desagradável. Não admira que o amor seja rejeitado.

Muitas pessoas rejeitaram esse falso conceito de amor e foram para o outro extremo, permanecendo crianças gananciosas e egoístas que insistem em receber exclusivamente recusando-se a se doarem minimamente. Esses são os dois extremos indesejáveis entre os quais a humanidade oscila. Se buscarmos com honestidade por essas duas faces internamente, encontraremos ambas as distorções.

Em qualquer dos casos, existe o medo de si mesmo. Caso contrário, surgiria o desejo natural de dar abundantemente. Daríamos tão abundantemente e generosamente como toda a natureza o faz! Isso aconteceria do nível material até os níveis mais sutis.

Essa equação é correta: quanto maior nossa inclinação natural para doar, menores serão nossas tendências para a autoprivação, contenção masoquista e sofrimento; quanto mais abraçamos a falsa doação por meio do autoempobrecimento e da falta de autoafirmação, menos fluxo espontâneo de verdadeira generosidade existirá.

Podemos nos perguntar: onde estou me agarrando a um velho rancor ou a uma velha perspectiva que deixa os outros de fora devido a um ressentimento ou algum tipo de censura? Estou disposto a permitir que uma nova atitude venha à tona das minhas profundezas para ver as coisas sob uma nova luz? Quando o último acontece, é natural e não à força. Isso abre espaço para ver uma nova realidade sobre outra pessoa que torna o antigo rancor sem sentido. Além disso, a pessoa não sente mais vergonha em abrir mão do orgulho. E não vê mais a capacidade de sentir compaixão e perdoar como falta caráter.

Este é o caminho a seguir—por meio de muitos incidentes aparentemente pequenos—para relaxar o controle de nossa retenção, que é responsável por muito mais dor do que qualquer falta de recebimento. Assim que conseguirmos deixar a bola rolar, será cada vez mais fácil permitir o fluxo natural de sentimentos calorosos. Mas, em algum ponto, teremos que fazer uma escolha: quero continuar com meus velhos hábitos, excluindo, me ressentindo e restringindo, ou quero dar as boas-vindas e seguir uma nova força interior?

Fique atento a tais tomadas de decisão. É desnecessário dizer que precisamos perceber quando o momento da decisão aparecer. Mas fique tranquilo, eles estarão ali na superfície, fáceis de detectar. Eles nunca se perdem em nosso inconsciente, da mesma forma que algum outro material pode se perder. Acontece que, na maioria das vezes, preferimos ignorá-los.

Quando nos encontramos no momento de tomar tal decisão, pode parecer que estamos em um precipício. O novo caminho pode parecer assustador e arriscado. O caminho antigo—o caminho frio da separação—pode parecer seguro. Mas realmente, será que isso pode mesmo ser verdade? Entregar-nos a uma força aparentemente nova será como sair para o grande desconhecido. Talvez possamos sentir a libertação dela, mas ainda assim isso nos fará temer...o que virá a seguir?

Se pudermos soltar e liberar o suficiente para desistir de nossa atitude destrutiva, seja ela qual for, embarcaremos numa maneira totalmente nova de viver: começaremos a viver de dentro para fora. Esta é a cura que procuramos e esperamos. É assim que precisa acontecer. Não pode vir de outra maneira.

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Um novo caminho

Não vamos nos enganar, os primeiros passos não serão fáceis. Este é um bom momento para notar como nos excluímos; como reprimimos o fluxo quando nos agarramos com força. Quando nos encontramos ali naquela extremidade, podemos nos dar conta de onde nossas opções nos levarão. Podemos seguir o velho caminho restritivo, com toda a sua rigidez e fórmulas prontas de como as coisas deveriam ser. Ou podemos sentar e observar novas perspectivas se abrindo. Não precisamos nos pressionar. Apenas observar.

Ao relembrar o que cada caminho significa, estaremos prontos para abandonar o velho caminho que recusa a vida, que limita o amor e que renuncia à felicidade, ao desenvolvimento e à doação de nossos tesouros. Começaremos a construir um novo conceito que abre espaço para os outros.

Se não bloquearmos o fluxo, o novo caminho aumentará progressivamente. Este belo movimento fluido contém um mecanismo de autorregulação no qual podemos confiar totalmente. Em qualquer grau que estejamos dispostos a abandonar nossas atitudes autocentradas, autodestrutivas e autocomplacentes, o medo de nós mesmos automaticamente diminuirá. Algo novo começará a surgir no seu interior. Os poderes criativos ganharão vida. Deixaremos de frear nossa própria força vital.

Como resultado, não continuaremos infligindo frustração dolorosa a nós mesmos. Teremos o imenso prazer de seguir nosso movimento interno com naturalidade. Seremos capazes de experimentar a alegria de dar e receber.

Quando um recipiente é fechado, não pode ser enchido mais do que pode ser esvaziado. Enquanto permanecermos na velha posição fechada de recusar e isolar, não podemos receber. Enquanto não abrirmos mão de nossas limitações auto-impostas, tornamos impossível doar. Ao nos mantermos protegidos e firmes, não nos protegemos realmente do perigo. Além do mais, nos isolamos das forças universais saudáveis ​​- aquelas que adorariam fluir para dentro de nós e aquelas que alegremente sairiam de nós.

Que essas palavras nos ajudem em nossa jornada para alcançarmos a plenitude. Que elas acendam uma faísca que ilumine nosso caminho ao enfrentarmos o momento de decisão entre agarrar com força e soltar suavemente. Devemos abrir mão aos poucos de tudo que nos impede de chegar ao destino final.

“Seja abençoado, esteja em paz, esteja em Deus”.

– Guia Pathwork

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