Sob o nosso pensamento equivocado, neurótico, inconsciente e comum, existe um conflito difícil, inserido em toda a humanidade: um profundo desejo arraigado de sermos felizes e, ao mesmo tempo, tememos a felicidade. E este medo está diretamente relacionado ao nosso pavor de renunciar. Da mesma forma, nosso desejo de ser feliz precisa estar embasado num profundo anseio de se soltar das garras do ego. Porque ambos estão conectados. Vamos agora mergulhar num nível mais profundo deste tópico para que possamos chegar a um novo entendimento.

Absolutamente tudo existe não somente na sua maneira justa, mas também no seu oposto, na sua forma distorcida. Soltar o ego não é uma exceção. Logo, é possível renunciá-lo de forma desequilibrada e desvirtuada, o que nos seria prejudicial. Mas, então, do que se trata quando falamos em “soltar o ego” ? Afinal de contas, o pensamento e a vontade são as faculdades a que temos acesso direto e com as quais nós temos o poder de dirigir.

Tudo existe tanto em um entendimento correto quanto em distorção. Abandonar o ego externo não é exceção.
Tudo existe tanto em um entendimento correto quanto em distorção. Abandonar o ego externo não é exceção.

Aqui está um exemplo simples da diferença entre a vontade direta e a indireta no nível do corpo físico. Com nossa vontade direta, podemos decidir mover nossa mão, determinando como ela se moverá e o que pegaremos com ela. Mas para o nosso batimento cardíaco ou circulação, não temos controle direto. No entanto, podemos regular os batimentos cardíacos e a circulação controlando o movimento do nosso corpo.

Nossa vontade também funciona da mesma maneira nos níveis mental e emocional. Nós temos a capacidade de mudar sentimentos desagradáveis, mas é inútil tentar fazer isso de forma direta ou rapidamente. Além do mais, quando direcionamos nossa vontade da maneira errada, podemos causar uma desordem na nossa psique.

Quando exercemos nossa vontade em demasia, ao tentarmos exercê-la em áreas que ela não pode controlar diretamente, desperdiçamos energia e nos enfraquecemos. É o equivalente a gastar todas as nossas forças para mudar nosso batimento cardíaco usando apenas a nossa vontade externa. Caso isso funcione, seria apenas para piorar nossa condição. Na verdade, temos muitas maneiras de melhorar nossa circulação sanguínea, mas forçar—usando nossa vontade externa—não é uma delas.

Usar a abordagem errada. Nós, seres humanos, fazemos isso com muita frequência. Forçamos nossa vontade onde não convém e depois negligenciamos seu uso onde ela é fundamental em nosso desenvolvimento pessoal. Quando não usamos a vontade suficientemente e da maneira correta, nosso ego se torna fraco. Quando usamos demasiadamente, nosso ego se torna tão exausto que tenta fugir de si mesmo. Renunciar a partir de motivações frágeis—em vez de um lugar de força interior—é uma fuga que pode se tornar bastante prejudicial para o ego.

Cegado pelo medo: Insights do Guia Pathwork® sobre como enfrentar nossos medos

O ego saudável

Se quisermos vivenviar o desapego adequadamente, precisamos de um ego saudável e equilibrado, que não esteja cheio de idéias equivocadas, medos infundados e atitudes destrutivas. Esta é a maneira de desistir de nosso controle direto e excessivo. Então, o desprendimento não só será possível, mas também desejável. Todas as grandes experiências humanas surgem desta liberação de nosso controle excessivamente rígido até certo ponto. Bem no fundo, todos nós sabemos disso.

A criatividade é resultado direto de uma sabedoria e inteligência interiores que ultrapassam em muito a mente racional do ego. Portanto, precisamos usar nossa inteligência do ego consciente para ativar deliberadamente a sabedoria interior, que parece ter uma mente própria. E de certa forma, tem sim. No início, muitas vezes, não temos consciência de que existe uma inteligência interior tão poderosa. Então, começamos a experimentá-la ocasionalmente, como uma entidade que nem mesmo está conectada com nosso eu consciente. Finalmente, iremos integrar essas duas partes de nós mesmos.

Para realizar essa integração, precisaremos aprender a usar nosso ego consciente com o propósito de despertar nosso eu interior. Para isso, devemos também aprender o fino equilíbrio entre quando precisamos acelerar e usar nosso ego externo, e quando frear e deixar que o nosso ego se retire.

Todos os atos de criação, seja nas ciências ou nas artes, surgem do eu interno, não-idealizado. Todas as grandes invenções, todos os valores duradouros e todas as experiências espirituais profundas vêm do eu interior integrado e nunca do ego externo.

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Diante do “Eu não sou”, vamos continuar segurando firme, obrigado, tentando nos manter juntos.
Diante do “Eu não sou”, vamos continuar segurando firme, obrigado, tentando nos manter juntos.

O equívoco

Por mais estranho que pareça, tememos vivenciar uma grande experiência espiritual da mesma forma que tememos a morte, que consideramos horrível. Também exageramos tanto nosso medo da morte que o transformamos num medo aparentemente racional. Além disso, tememos o grande ato de amar e o abandono do pequeno eu durante o êxtase da união. No final, temos medo de reunir a coragem necessária para deixar nosso eu interior se manifestar, revelando sua sabedoria e verdade.

Estamos sob o equívoco de que só podemos preservar a vida quando a agarramos com firmeza. É por isso que temos medo de nos soltar. Neste sentido, o que significa “vida”? Significa que não queremos perder nossa identidade. Não queremos deixar de ser um indivíduo com uma existência única, uma vida definida. Infelizmente, o que geralmente pensamos como nossa identidade é a capacidade de nosso ego externo de dirigir nosso pensamento e nossa vontade.

Esta identificação equivocada nos faz temer a perda de nós mesmos. Pois quem seríamos nós sem nossos pensamentos e ações voluntariosas? Se nos soltarmos, perderemos nosso ego e acreditamos que isso significa a morte, porque nos sentiríamos inexistentes. Diante do “eu não sou”, permanecemos agarrados firmemente, tentando nos manter coesos.

À medida que a humanidade evoluiu espiritualmente, chegamos a este estado temporário de nos apegarmos com muita força aos nossos egos. Agora é hora de aprender a restabelecer o equilíbrio. Em nossa evolução mais recente, nos concentramos excessivamente em usar apenas as faculdades do nosso ego, de modo que não podemos ver além da parede de matéria aparentemente sólida à nossa frente. Na visão do ego, essa parede nos separa da vida. É por isso que associamos nossa separação física com nossa individualidade.

Sim, é verdade que ter um ego fraco e ineficaz diminui nosso senso de identidade. Ironicamente, essa é a razão pela qual precisamos fortalecer nossos egos, para que, em seguida, possamos soltá-lo novamente. E a partir dai, poderemos integrar nosso ego com aquilo que nos é indiretamente acessível, mas que é infinitamente mais profundo e sábio.

Quando nos identificamos exclusivamente com nosso ego, temos medo de renunciá-lo. Pois fazer isso nos dá a sensação de aniquilação e perda da própria existência. Nosso estado de separação, na verdade, resulta dessa aparente ameaça. É a raiz mais profunda do nosso medo de deixar ir. Mas, enquanto não afrouxarmos esse controle, não podemos ter a verdadeira felicidade.

Pois todas as experiências verdadeiramente belas e significativas surgem de um equilíbrio perfeito entre nosso ego externo volitivo e nosso eu interior. Experiências válidas e construtivas se manifestarão espontaneamente apenas enquanto não houver esforço excessivo do ego. E são essas experiências que nos fazem sentir em unidade com o mundo.

O fato de que ansiamos constantemente por essa unidade—e independentemente de estarmos cientes desse desejo, ele está lá—é totalmente compreensível. Pois é para lá que todos estamos indo. É nosso estado natural. A evolução está empurrando todos nós na direção da unidade. É para onde devemos ir. Mas não podemos chegar lá se nos apegarmos ao nosso ego, recusando-nos a estabelecer a conexão e a integração com nosso eu mais profundo.

Quando inadvertidamente nos bloqueamos de nosso destino tentando escapar da vida e permitindo que nossos medos e equívocos nos levem à autoalienação, criamos um conflito profundo em nossa psique. Então, nosso maior desejo—alcançar a unidade—torna-se nosso medo mais profundo. Essa dicotomia entre desejo e medo será mais forte nas áreas de nossas vidas onde nosso controle estrito não permite que nosso ego se afaste e deixe que nosso eu interior venha à tona.

Nas áreas em que esse controle excessivo já existe há algum tempo, ficaremos exaustos. É quando recorremos a meios falsos para nos libertar. Temos dificuldade de suportar a maneira como o fardo de nosso controle rígido sobrecarregou nossas faculdades e nos isolou de nosso eu interior—que está infinitamente melhor equipado para nos servir—então, começamos a procurar alívio.

Nm esforço para experimentar a maravilha e a riqueza do universo, agarraremos todos os meios falsos—mesmo os perigosos—que nos ajudarão a fugir de nossos egos excessivamente funcionais. Existem inúmeras maneiras pelas quais inconscientemente tentamos escapar de nós mesmos. O alcoolismo e o vício em drogas são formas mais extremas; dissociar é uma forma menos extrema. Então, quando isso traz resultados desagradáveis, ficamos ainda mais convencidos de como é perigoso relaxar o controle. Portanto, caímos de volta no outro extremo de nos apegarmos com muita força ao ego, que é o que causou o desequilíbrio inicialmente.

Somente um ego saudável e integrado pode se permitir vivenciar o desprendimento. Um ego forte pode se desapegar e se conectar com o eu maior. Deixar ir, então, é a história do ego humano que tem um final feliz.

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Processos de autoperpetuação

Quando consideramos a história de nossa vida, podemos descobrir que existem áreas que funcionam perfeitamente bem. Talvez, tenhamos chegado a esta vida com saúde e liberdade em certos aspectos. Ou, talvez, já tenhamos feito trabalho de cura espiritual suficiente numa área específica para estabelecer padrões saudáveis. Seja como for, o princípio positivo da autoperpetuação está funcionando.

Todos os processos que se autoperpetuam são como campos magnéticos com nova energia surgindo constantemente de seu núcleo. Portanto, cada atitude que nutrimos sobre uma área de nossas vidas—composta de todas as nossas impressões e ações—forma um núcleo de energia que cria reações e interações. Para cada um de nós, várias experiências básicas de vida se combinam para formar esses campos de força.

Alguns dos princípios fundamentais que se aplicam a todos nós são: nossa atitude em relação ao trabalho, nossos relacionamentos em geral, nossos valores sobre as coisas materiais, nossa saúde física e nossa aparência externa e atividades. Um campo magnético também é criado através da nossa atitude em relação à natureza, lazer, arte, prazer, à nossa visão da realidade espiritual, ao autodesenvolvimento e à assimilação de novas informações. Tudo isso forma campos de energia separados que se atraem.

Em todas as vidas humanas, alguns dos campos de autoperpetuação que geramos serão positivos e, outros, negativos. Onde eles são positivos, as coisas correm bem. Não fazemos esforços e, ainda assim, os resultados desejáveis surgem em nosso caminho como que por si próprios, sem grandes problemas, sem lutas e com harmonia. Agimos de maneira acertada na hora certa, tanto interna quanto externamente. Dizemos e fazemos o que é apropriado no momento certo. Nada se interpõe em nosso caminho. As coisas se encaixam.

Somos guiados por nossa própria inspiração e desenvoltura, que funcionam bem. Nessas áreas, estamos propensos a considerar o funcionamento suave como garantido, desconhecendo a mecânica do que está acontecendo nos bastidores. Mas se começarmos a prestar atenção, veremos que nosso ego está fazendo sua parte, mas não está exclusivamente no comando. Pois estaria fora de seu alcance reunir tantos fatores para que tudo funcione tão bem. Essa é uma descrição típica de um campo magnético que funciona positivamente.

Como é a nossa experiência de vida quando há um campo magnético negativo em operação? Não é apenas que haverá fracasso e dificuldade, mas também haverá pressão, frustração e falta de ritmo com o tempo (perda do timing). As coisas não vão dar certo. Se observarmos bem de perto, notaremos que o ego está pressionando, pressupondo o que é necessário para superar uma obstrução. Em vez disso, o que acontece é dor e decepção.

Desculpe informar, mas controlar diretamente o resultado em si não funciona. Desperdiçamos nossa energia quando tentamos fazer isso, pensando que podemos transformar um campo negativo num campo positivo. Pois não é isso que podemos controlar. Podemos, entretanto, controlar diretamente todas as coisas que compõem um campo negativo.

Quer dizer, podemos nos examinar. Podemos descobrir nossos pensamentos, sentimentos e atitudes ocultos. Uma vez que estamos cientes deles, podemos decidir se queremos continuar na mesma linha ou mudar. Nós estamos no comando. Vamos preferir ficarmos presos num clima de desamparo e desesperança, ou estamos dispostos a purificar nosso interior e a criar uma atitude positiva? Esta é a nossa decisão.

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Quando estivermos prontos para usar nossa vontade volitiva para desenterrar a raiz de nossos problemas na vida, nosso medo de deixar ir vai surgir. Apenas isso.
Quando estivermos prontos para usar nossa vontade volitiva para desenterrar a raiz de nossos problemas na vida, nosso medo de deixar ir vai surgir. Apenas isso.

Desenterrando campos magnéticos

Ninguém é mais fatalista do que uma pessoa cega pelo mundo material, que ignora as realidades espirituais. Essas pessoas costumam ser supersticiosas, acreditando na “boa sorte” e na “má sorte” porque não conseguem ver o que está acontecendo sob a superfície do que é visto com seus olhos. Em nossa miopia, chamamos os resultados de um campo de energia positiva de “boa sorte” e os negativos de “má sorte”. Como resultado, esquecemos o fato de que podemos influenciar essas áreas infelizes.

Mas as áreas infortunadas não mudarão sem um autoconfronto honesto. E isso deve começar pela percepção que a mudança é possível. Mas não podemos simplesmente pressionar por transformação. Precisamos usar nossa vontade para descobrir quais são as porcas e os parafusos da máquina de autoperpetuação negativa que nós mesmos criamos. Temos que fazer um esforço para nos reorientar. Então, podemos colocar novos campos positivos em movimento. Esta é a maneira de mudar as coisas.

Como descobrimos se temos algum material destrutivo interno que esteja gerando campos de força negativos? É muito simples: como nos sentimos quando precisamos abrir mão do controle do ego? Se isso desperta medo, temos trabalho a fazer. Mas espere um segundo. Se nossa capacidade destrutiva está sendo gerada por um campo magnético negativo que estimula a nossa destrutividade, será que soltar o controle significa entregar as rédeas a essa força incontrolável? Deste ponto de vista, fica explicado porque nos recusamos em desapegar do controle. Pode até parecer uma autoproteção saudável.

Na verdade, assim que começamos usar nossa vontade intencional para desenterrar a raiz de nossos problemas, nosso medo de soltar surgirá. Simples assim. Então, como podemos evitar que isso nos oprima? Precisamos ser específicos: “Em que áreas específicas da minha vida os campos de força negativa estão operando?” Precisamos vê-los claramente, talvez até anotá-los. Seja minucioso nas anotações. Mas também veja os campos positivos. Coloque-os lado a lado. Isso é muito importante porque ninguém tem apenas campos magnéticos negativos.

Ver como os dois modos estão operando nos ajudará a relaxar. Pois as partes negativas nunca são a totalidade. Isso é o que tememos ser verdade, mas não é. E esses campos magnéticos negativos já começarão a enfraquecer apenas pelo fato de serem observados e compreendidos. A autoperpetuação positiva está logo aí, debaixo do nosso nariz.

Quando os campos positivos estão funcionando—estejamos conscientes deles ou não—haverá confiança. Quanto maior for a proporção de campos positivos para negativos em nossa psique, maior confiaremos no fluxo natural da vida. Quanto mais confiarmos, mais desapegado seremos. Essa é a única maneira de estabelecer confiança na vida, confiança em nós mesmos e confiança em Deus.

Dizer a alguém para confiar num Deus distante é uma ordem sem sentido que muitas vezes se transforma numa exigência impossível. Em vez disso, corrigindo nossos campos negativos que produzem padrões dolorosos sem fim, descobriremos que a vida—e, portanto, Deus—são confiáveis. Ao entender como e porque nossos campos negativos funcionam e porque eles existem, ficará evidente que não precisam existir. Então nossa confiança será justificada, mesmo antes que todas as nossas distorções internas tenham se transformado.

Então, por baixo de cada campo magnético negativo, há algo que pode ser confiável e ativado. Quanto mais entrarmos em contato com este vasto poder, até agora oculto, mais fácil será mudar todos os nossos circuitos, em todas as áreas de nossas vidas, convertendo canais destrutivos em construtivos.

Devemos fortalecer os músculos de nossos egos para que se tornem fortes e saudáveis. Essa é a única maneira de nos integrarmos com nossa parte totalmente confiável que opera de forma independente. Não somos um espectador passivo, esperando que as coisas nos aconteçam. Não; elas precisam acontecer através de nós. Temos um papel a cumprir. Deixar nosso ego fora deste processo não é melhor do que permitir que ele assuma o controle excessivo das rédeas. Assim como não queremos sobrecarregar nossos egos, não queremos deixá-los de lado.

Amigos, não alcançaremos nosso destino—que é o de ativar o poderoso ser interior existente em cada um de nós—exigindo que nossos egos façam tarefas para as quais eles não estão equipados para executar; ou fugindo de nós mesmos e cortando a conexão interna. Na verdade, apenas ao ativar o nosso ser interior é que podereremos viver em harmonia com nosso ego. Somente então, confiança e relaxamento surgirão e nosso mundo se ampliará.

O processo de autodescoberta delineado nos ensinamentos do Pathwork fornece um mapa para fazer esse trabalho de integração. É um processo de reconhecimento que parece fácil, mas pode ser bem difícil. Pois estamos prontos para afastar nossos impulsos e motivações sem nos preocuparmos em entender sua real natureza. Reconhecer-se profundamente é um longo caminho que requer coragem e honestidade. Sem estas coisas, não conseguiremos chegar lá a partir daqui.

Quando tentamos nos observar de perto pela primeira vez, podemos ficar ansiosos; ou podemos nos sentir impacientes ou irritados. Em vez de tentar explicar esses sentimentos, é mais útil anotar algumas palavras-chave. Caso contrário, eles nos escaparão facilmente. Quais são exatamente os momentos em que esses sentimentos nos incomodam? Quando isso aconteceu antes? Que pensamento fugaz passou quando essa ansiedade surgiu? Tente identificá-lo. Segure-se nisso. Após um período de dias ou semanas, uma lista de palavras-chave será formada. A partir disso, um padrão claro ou um denominador comum surgirá. Esta pode ser uma maneira comparativamente fácil de sentir um campo maior de energia negativa que não era evidente anteriormente.

Nossas evasões nos causam muito sofrimento desnecessário. Sentimos o medo surgir e corremos para uma fuga. No entanto, enfrentando a nós mesmos, o alívio e o crescimento são possíveis. Talvez possamos ver que o que tememos é a verdade. Então podemos dizer a nós mesmos: “Não preciso temer a verdade. Este não é um medo racional. Não é baseado na realidade. É ilógico. Não vou ceder a esse medo. Agora mesmo, estou tomando a decisão de enfrentar o que quer que seja. Desejo saber a verdade e peço toda a ajuda disponível para o fazer. ”

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Não se engane, absolutamente todo mundo destrói algumas chances ao longo da vida.
Não se engane, absolutamente todo mundo destrói algumas chances ao longo da vida.

Medo nos relacionamentos

Digamos que estejamos começando um novo relacionamento e as coisas parecem promissoras. Como podemos seguir em frente sabendo que os nossos problemas existentes podem impedir o relacionamento e, por fim, arruiná-lo? Reflita sobre como é provável que isso aconteça repetidamente, nos distraindo e nos deixando cegos para o que realmente está acontecendo, até que nos tornemos tão amargos que nos isolamos e nos afastamos totalmente da vida.

Medite em como é muito mais doloroso culpar razões falsas e em como a vida pode ser mais construtiva quando aprendemos com tudo o que vivenciamos. Pois não se engane: absolutamente todo mundo destrói algumas chances ao longo da vida. Afinal, cada alma encarnada tem alguns problemas e bloqueios a serem resolvidos.

Saiba também que: não podemos ser atraídos por ninguém que não tenha problemas iguais e complementares aos nossos. Nem mais nem menos. Portanto, ambas as partes em qualquer relacionamento são igualmente responsáveis quando as coisas não funcionam. Se tivermos a impressão errada de que os outros não podem errar, e se nos sentirmos culpados por não sermos “como os outros”, nos sentiremos excessivamente ansiosos e compulsivos.

Mas quando percebermos que a perfeição não existe neste plano e que todos estão apenas fazendo o seu melhor, onde quer que estejam em sua jornada, podemos relaxar. O importante é que nos aceitemos onde estamos agora, com todas as nossas limitações atuais e as consequências que elas criam. É assim que você começa a eliminar a limitação e a obter mais e mais alegria a cada encontro.

Eventualmente, a cada novo contato, teremos menos medo das pessoas, do amor e de nós mesmos. Por meio de nossa crescente abertura, contribuiremos mais com os outros, o que, por sua vez, aumentará nossa segurança. Com tal atitude, não viveremos em ilusão ou distorção. Veremos a realidade e cresceremos a partir do que vemos. Não podemos esperar que todos os nossos bloqueios desapareçam de uma só vez.

Não caiam na armadilha de pensar que do outro lado do muro estão todos os outros seres humanos que não têm problemas e com relacionamentos plenamente funcionais. Não acreditemos que ninguém destrói nada, enquanto estamos aqui sentados sozinhos deste lado do muro. Não pense que se pudéssemos nos livrar rapidamente de todos os nossos bloqueios, nós também estaríamos ali do outro lado, entre os “privilegiados”.

A verdade é que todas as pessoas destroem imprudentemente algumas de suas chances na vida. Isso faz parte da condição humana. Mas errar não é o fim do mundo. Se conseguirmos compreender isso, nosso medo irá diminuir.

Cada relacionamento que estabelecemos tem um propósito mútuo. Se o relacionamento será bom ou não vai depender de todas as partes envolvidas. As relações nunca são um caso isolado. Quando sabemos disso, podemos recuperar nosso poder. É a criança imatura e egocêntrica em nós que vê as coisas como unilaterais e só espera receber. Num estranho paradoxo, quanto mais fraca e indefesa é essa pessoa egocêntrica, mais ela tende a se culpar sozinha quando um relacionamento falha. Pois quando só podemos ver nossas próprias necessidades e desejos, pensamos que somos os únicos que contam. Assim, não podemos compartilhar o fardo do fracasso quando um relacionamento se desfaz. Ao mesmo tempo, uma pessoa assim não pode acessar seu poder interior para que possa se doar para a outra pessoa.  

Por outro lado, quando amadurecemos, superamos nossa egocentricidade e nos sentimos no mesmo nível da outra pessoa. Portanto, nossa preocupação com a outra pessoa também deve crescer. Perceberemos que temos o poder de fazer a outra pessoa feliz ou infeliz, algo que antes pensávamos que só a outra pessoa poderia nos fazer. Isto nos fará sentir muito mais seguros.

À medida que essa mudança ocorre, é provável que oscilemos entre culpar a nós mesmos e culpar a outra pessoa. Nossa meta é não ser como uma criança que implora para que possamos conhecer nossa própria força e nosso potencial para se doar. Nossa inteligência, observação e intuição serão importantes, assim como nossa capacidade de equilibrar nossas contribuições ativas e passivas para o relacionamento.

Como será libertador perceber que ambas as pessoas estão envolvidas. Pois se a outra pessoa não tivesse problemas, seu estado saudável superaria todas as dificuldades no relacionamento. Esse é o poder da verdadeira saúde espiritual. Nunca se esqueça de que todos os campos negativos podem ser revertidos se realmente desejarmos isso e estivermos prontos para fazer o trabalho.

“Sejam abençoados, meus queridos. Fique na paz. E esteja em Deus. ”

– Guia Pathwork
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Leia a Palestra Original nº 142 do Pathwork: O Desejo e o Medo da Felicidade - Também, o Medo de Relaxar o Ego